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Catarina, ex-Dee Jah, estreia com punk-brega repleto de letras sexy
Álbum 'Mulher Cromaqui' foi lançado gratuitamente na internet
Quando lançou em 2007 um EP com quatro canções, a cantora e DJ pernambucana Catarina Dee Jah causou um bom rebuliço na cena musical do Recife.
Ali, ela prenunciava o que se tornaria --como se vê no recém-lançado disco de estreia "Mulher Cromaqui"-- uma marca: um pé (de levinho) no punk e outro (com mais gosto) na música brega.
A demora em lançar um disco oficial se deu por dificuldades financeiras. "Fui reprovada em sete editais. Então chegou uma hora em que enchi o saco e pensei vou gravar esse disco com meus amigos, sem pressa e relaxada'", disse ela à Folha.
Catarina (agora sem o Dee Jah) relaxou, e "Mulher Cromaqui", uma peça de punk-brega, é puro gozo.
Disco cheio de sexo ("Estou vestida de uma pele que me envolve/ me sinto pronta para o que possa aparecer/ vou te dar meu prazer", de "Vem Que Vem") e do que ela chama de "feminismo intuitivo" ("Não sei o que vão pensar/ se você não vier me lanchar", de "Mulher Tira-Gosto").
"Fui criada numa casa de artistas, onde gênero e sexo nunca foram tabus e nem a posição e o desejo da mulher eram reprimidos".
No entorno das tais letras, que são sexy e bem humoradas, estão melodias e arranjos dançantes que têm muito de guitarrada, cumbia, tecnobrega e música romântica.
O contato com nomes desprezados pela crítica mainstream, como Alípio Martins, Pinduca e Reginaldo Rossi, veio da janela de casa, de onde Catarina ouvia os discos que um vizinho tocava.
"Tinha essa dicotomia: em casa meu pai ouvia muito jazz, um pouco de rock, Beatles; na rua, eu ouvia a música que tocava nas rádios e que fazia as pessoas dançarem."
O álbum é fruto dessa mistura onde clássico e popular se confundem e se renovam.