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Locação gerou renda real inferior a 1%
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar do movimento mais intenso de investimentos em imóveis para locação, em 2002 o ano
não foi bom para todos. É que foram modestos os ganhos provenientes de aluguéis comerciais
-principal fonte de renda dos investidores em imóveis.
"A rentabilidade varia muito
conforme o padrão do imóvel e
sua localização, mas nenhum ganho real ultrapassou 1% ao mês",
afirma Carla Ponzio, 36, analista
de mercado da Bolsa de Imóveis.
Segundo ela, a renda média de
0,7% ao mês alcançada em 2002
"é baixa para os grandes investidores, mas foi boa para os pequenos, que aplicam até R$ 1 milhão".
Para os maiores, os destaques
foram os aluguéis para grandes
corporações. Mesmo assim, diz
Sandra Ralston, diretora de operações da consultoria Jones Lang
LaSalle, houve muita negociação e
trocas de endereço. Segundo ela, a
"balança" de escritórios de alto e
altíssimo padrões pendeu para o
lado do inquilino e só deve mudar
o quadro a partir de julho.
Carla Ponzio alerta ainda para o
fato de que, teoricamente, se a inflação permanecer em alta, torna-se arriscado investir em locação
comercial, "pois a lei permite só
um reajuste anual".
Já o mercado de fundos imobiliários pode ser mais atraente se o
investidor tomar alguns cuidados. "É preciso saber se o ativo
que lastreia o fundo tem capacidade própria de gerar a renda estimada pelo administrador", alerta Sérgio Belleza Filho, consultor
da Coinvalores e especialista em
fundos imobiliários.
Ele cita o caso do fundo Shopping Pátio Higienópolis, que passou em novembro a dividir os ganhos segundo o que foi efetivamente arrecadado em aluguéis.
Segundo dados da corretora de
fundos Coinvalores, nos 12 meses
terminados em outubro de 2002,
o rendimento das cotas do fundo
atingiu 15,72%, pouco abaixo do
desempenho do fundo Hospital
da Criança, que rendeu 15,74%, e
dos 16,80% dos fundos referenciados DI (pós-fixados).
Mas é sempre bom ter em mente o caso dos flats, afirma Bernd
Rieger. Ele lembra que o segmento atingiu oferta excessiva de unidades no início de 2002 e viu o retorno de muitos investidores baixar até mais de 50%.
(NB)
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