São Paulo, domingo, 05 de janeiro de 2003

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Locação gerou renda real inferior a 1%

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do movimento mais intenso de investimentos em imóveis para locação, em 2002 o ano não foi bom para todos. É que foram modestos os ganhos provenientes de aluguéis comerciais -principal fonte de renda dos investidores em imóveis.
"A rentabilidade varia muito conforme o padrão do imóvel e sua localização, mas nenhum ganho real ultrapassou 1% ao mês", afirma Carla Ponzio, 36, analista de mercado da Bolsa de Imóveis.
Segundo ela, a renda média de 0,7% ao mês alcançada em 2002 "é baixa para os grandes investidores, mas foi boa para os pequenos, que aplicam até R$ 1 milhão".
Para os maiores, os destaques foram os aluguéis para grandes corporações. Mesmo assim, diz Sandra Ralston, diretora de operações da consultoria Jones Lang LaSalle, houve muita negociação e trocas de endereço. Segundo ela, a "balança" de escritórios de alto e altíssimo padrões pendeu para o lado do inquilino e só deve mudar o quadro a partir de julho.
Carla Ponzio alerta ainda para o fato de que, teoricamente, se a inflação permanecer em alta, torna-se arriscado investir em locação comercial, "pois a lei permite só um reajuste anual".
Já o mercado de fundos imobiliários pode ser mais atraente se o investidor tomar alguns cuidados. "É preciso saber se o ativo que lastreia o fundo tem capacidade própria de gerar a renda estimada pelo administrador", alerta Sérgio Belleza Filho, consultor da Coinvalores e especialista em fundos imobiliários.
Ele cita o caso do fundo Shopping Pátio Higienópolis, que passou em novembro a dividir os ganhos segundo o que foi efetivamente arrecadado em aluguéis.
Segundo dados da corretora de fundos Coinvalores, nos 12 meses terminados em outubro de 2002, o rendimento das cotas do fundo atingiu 15,72%, pouco abaixo do desempenho do fundo Hospital da Criança, que rendeu 15,74%, e dos 16,80% dos fundos referenciados DI (pós-fixados).
Mas é sempre bom ter em mente o caso dos flats, afirma Bernd Rieger. Ele lembra que o segmento atingiu oferta excessiva de unidades no início de 2002 e viu o retorno de muitos investidores baixar até mais de 50%. (NB)


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