São Paulo, domingo, 06 de outubro de 2002

Próximo Texto | Índice

PLANO DIRETOR EM DEBATE

Barulho provocado por casas noturnas e congestionamentos são as principais reclamações

Bares e buzinas atormentam o Itaim Bibi

DA REPORTAGEM LOCAL

Antes mesmo do início das discussões sobre o plano regional, moradores do distrito do Itaim Bibi, na zona oeste, já elegeram seu principal inimigo: o barulho.
Ao reunir bairros como Vila Olímpia e Vila Funchal, o distrito tornou-se, para o desagrado dos moradores, um dos destinos preferidos da boêmia paulistana. As reclamações abrangem a poluição sonora, o trânsito caótico e o aumento da violência na região.
"É um inferno a qualquer hora: durante o dia, é um bairro de visitas e, à noite, é perturbado por casas noturnas barulhentas", queixa-se o morador Marco Antônio Castello Branco, 56, presidente da Sociedade Amigos do Itaim Bibi.
Segundo ele, o plano deve discutir não só um novo zoneamento como também precisa garantir os instrumentos para que seja respeitado. "A prefeitura alega falta de fiscais, deixando proliferar a balbúrdia. Mal sabem quantos bares há na região", acusa.
Para a Amavo (Associação dos Moradores da Vila Olímpia), há três prioridades a serem debatidas no plano regional: trânsito, ruído à noite e saúde.
"O bairro sofre as consequências de bares e boates que abrigam até 500 pessoas em estreitas ruas residenciais", afirma Claudio Renaud, 60, vice-presidente da Amavo. A associação propõe o deslocamento de casas maiores para a avenida Hélio Pellegrino.
O presidente do sindicato dos bares e restaurantes de São Paulo, Percival Maricato, defende uma "soma de esforços do poder público, dos empresários e da população local". "O problema não está nos estabelecimentos, mas nas ruas, por exemplo, pela presença de ambulantes e manobristas."
Procurada pela Folha por duas semanas, a subprefeita de Pinheiros, que abriga o Itaim Bibi, Bia Pardi, não foi encontrada.

Urbanismo
Outro assunto em questão no Plano Regional Itaim Bibi são os congestionamentos frequentes. Para resolver o problema, a arquiteta Regina Monteiro, do Movimento Defenda São Paulo, sugere a construção de dois viadutos, já previstos pela Operação Urbana Faria Lima. "O inferno é decorrente da Operação Urbana, que permitiu construir mais sem ter infra-estrutura para tanto."
Melhorias urbanísticas também estão na pauta das reuniões. "Hoje, ao andar pelas calçadas de um metro de largura na Vila Olímpia, é preciso desviar de postes e bueiros afundados. Sem contar a poluição visual", exemplifica o arquiteto Roberto Aflalo Filho, 49.
"A falta de bibliotecas e postos de saúde também é grave", acrescente o ator Waldemar Sillas, 58.
(CÁSSIO AOQUI)


Próximo Texto: Pinheiros discute de poluição a áreas verdes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.