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PLANO DIRETOR EM DEBATE
Barulho provocado por casas noturnas e congestionamentos são as principais reclamações
Bares e buzinas atormentam o Itaim Bibi
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes mesmo do início das discussões sobre o plano regional,
moradores do distrito do Itaim
Bibi, na zona oeste, já elegeram
seu principal inimigo: o barulho.
Ao reunir bairros como Vila
Olímpia e Vila Funchal, o distrito
tornou-se, para o desagrado dos
moradores, um dos destinos preferidos da boêmia paulistana. As
reclamações abrangem a poluição
sonora, o trânsito caótico e o aumento da violência na região.
"É um inferno a qualquer hora:
durante o dia, é um bairro de visitas e, à noite, é perturbado por casas noturnas barulhentas", queixa-se o morador Marco Antônio
Castello Branco, 56, presidente da
Sociedade Amigos do Itaim Bibi.
Segundo ele, o plano deve discutir não só um novo zoneamento como também precisa garantir
os instrumentos para que seja respeitado. "A prefeitura alega falta
de fiscais, deixando proliferar a
balbúrdia. Mal sabem quantos
bares há na região", acusa.
Para a Amavo (Associação dos
Moradores da Vila Olímpia), há
três prioridades a serem debatidas no plano regional: trânsito,
ruído à noite e saúde.
"O bairro sofre as consequências de bares e boates que abrigam
até 500 pessoas em estreitas ruas
residenciais", afirma Claudio Renaud, 60, vice-presidente da
Amavo. A associação propõe o
deslocamento de casas maiores
para a avenida Hélio Pellegrino.
O presidente do sindicato dos
bares e restaurantes de São Paulo,
Percival Maricato, defende uma
"soma de esforços do poder público, dos empresários e da população local". "O problema não está nos estabelecimentos, mas nas
ruas, por exemplo, pela presença
de ambulantes e manobristas."
Procurada pela Folha por duas
semanas, a subprefeita de Pinheiros, que abriga o Itaim Bibi, Bia
Pardi, não foi encontrada.
Urbanismo
Outro assunto em questão no
Plano Regional Itaim Bibi são os
congestionamentos frequentes.
Para resolver o problema, a arquiteta Regina Monteiro, do Movimento Defenda São Paulo, sugere
a construção de dois viadutos, já
previstos pela Operação Urbana
Faria Lima. "O inferno é decorrente da Operação Urbana, que
permitiu construir mais sem ter
infra-estrutura para tanto."
Melhorias urbanísticas também
estão na pauta das reuniões. "Hoje, ao andar pelas calçadas de um
metro de largura na Vila Olímpia,
é preciso desviar de postes e bueiros afundados. Sem contar a poluição visual", exemplifica o arquiteto Roberto Aflalo Filho, 49.
"A falta de bibliotecas e postos
de saúde também é grave", acrescente o ator Waldemar Sillas, 58.
(CÁSSIO AOQUI)
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