DA REPORTAGEM LOCAL

De soluções urbanísticas como o abrandamento da poluição visual e do trânsito desordenado no largo da Batata à manutenção da qualidade de vida nos ajardinados bairros de uso residencial.
No heterogêneo distrito de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, as discussões para o plano regional não poderiam deixar de ser das mais contrastantes.
Um dos principais assuntos em foco são as prováveis mudanças no bairro da Vila Madalena, definida como um dos eixos de centralidade pelo Plano Diretor.
"É um contra-senso. Além de o bairro não oferecer infra-estrutura viária, é envoltório de uma zona estritamente residencial", protesta a urbanista Lucila Lacreta, diretora da Associação Amigos do Jardim das Bandeiras.

Poluição
A presença maciça de bares e casas noturnas no bairro também tem gerado reclamações. "Não deveria haver nem prédio por lá. É muito provável que a Vila Madalena acabe se tornando uma área morta", alerta a arquiteta Regina Monteiro, presidente do Movimento Defenda São Paulo.
Outro problema levantado pela arquiteta refere-se à degradação urbanística do largo da Batata e de seu entorno. "É uma região subadensada, porque ninguém quer morar em um local com violência e todo tipo de poluição", diz.
Para o arquiteto Paulo Bastos, 66, o maior problema de Pinheiros é a estrutura viária. "Suas principais vias de acesso, as avenidas Rebouças e Faria Lima, estão saturadas", aponta Bastos, que propõe a construção de uma nova ponte na marginal Pinheiros.
Os bairros-jardins do distrito, como o Jardim Europa e o Jardim das Bandeiras sofrem ainda outra ameaça: os corredores de tráfego.
"Em vez de transformar vias em corredores comerciais, como na rua Pedroso de Morais, proponho alternativas com prédios residenciais de até quatro andares e pequeno comércio local", sugere o presidente da Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), Henrique Cambiaghi.
Para os corredores já existentes, o urbanista Paulo Lisboa mostra outra solução: "É preciso discutir a cada trecho detalhes como o uso, o tipo de tráfego permitido e o nível de arborização". (CA)