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Março registra pior saldo comercial em 12 anos
Diferença entre exportação e importação é de US$ 164 mi, 92% menor que em março de 2012
Contrariando a previsão do próprio governo, que antecipara um resultado negativo, a balança comercial brasileira registrou superavit em março, de US$ 164 milhões.
O saldo positivo veio, contudo, com gosto amargo: é o pior resultado para o mês dos últimos 12 anos.
No acumulado de 2013, o rombo na balança comercial (diferença entre as importações e as exportações) chegou a US$ 5,2 bilhões, um recorde histórico, considerando a série iniciada em 1993.
O saldo de março representa uma queda de 92% diante do apurado no mesmo mês de 2012. E só não foi pior, engrossando o deficit histórico do trimestre, porque a Petrobras diminuiu o ritmo de registros de operações de compra de combustível.
Desde o início do ano, a estatal vinha contabilizando, "em atraso", compras feitas ao longo do ano passado e que não entraram nos cálculos da balança em 2012 em razão de uma mudança nas regras da Receita Federal.
O governo esperava que o problema fosse resolvido no mês passado, o que não ocorreu. A Petrobras lançou apenas US$ 200 milhões de seu estoque e ainda há US$ 1,8 bilhão a ser registrado.
"Para os próximos meses, o superavit não será talvez tão robusto quanto queríamos imaginar", afirmou a secretária de comércio exterior, Tatiana Prazeres.
Em março, o resultado foi garantido pela leve alta de 1,6% nas exportações ante o mesmo mês de 2012, chegando a US$ 19,3 bilhões. O ritmo das importações cresceu 12%, para US$ 19,2 bilhões.
A supersafra impulsionou as exportações de milho, que, no acumulado do ano, cresceram 440%. Mas o caos logístico nos portos brasileiros prejudicou as vendas de soja, que têm peso maior: as vendas caíram 21% em relação a 2012. (RENATA AGOSTINI)