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Meta de ganho do governo com pré-sal pode afastar empresa
Retorno de Libra deve ser de ao menos 75%, diz ANP
O alto retorno financeiro esperado pelo governo no campo de Libra, que será leiloado em outubro, poderá afastar o investidor privado e abrir caminho para a vitória de um consórcio estatal, formado por Petrobras e a chinesa Sinopec, segundo Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Em Londres, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, assustou os investidores ao informar que o governo terá retorno de pelo menos 75% sobre a produção total do campo de Libra, no pré-sal.
O leilão está previsto para 21 de outubro e tem como bônus mínimo fixo o valor de R$ 15 bilhões, dos quais 30% no mínimo terão que ser desembolsados pela Petrobras.
Apesar de as regras já serem conhecidas, pela primeira vez o governo deixou claro que será o maior ganhador com a venda do bloco.
De acordo com os cálculos do governo, para cada barril produzido ao valor de venda de US$ 100, o governo ficaria com cerca de 75% --somando 15% de royalties, bônus de R$ 15 bilhões e Imposto de Renda--, e o consórcio, 25%.
Pelas contas de Pires, com o barril de petróleo valendo US$ 100, após descontar o custo de US$ 50 de produção, a receita líquida para o vencedor do leilão, depois de pagamento de impostos (US$ 6,94), royalties (US$ 15) e levando em conta uma oferta de petróleo ao governo pelo mínimo estipulado pelo edital, de 41,65% (US$ 14,58), seria de US$ 13,48. Para o governo, seriam US$ 36,52.
Como não se espera que a oferta de petróleo ao governo saia pelo preço mínimo, a fatia estatal em Libra pode ir para 85%, se a oferta for de 70% do óleo produzido, diz Pires.