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Inflação paralisa investimentos de pequenas empresas

Alta de preços trouxe instabilidade e reduziu margem de lucro dos empresários, segundo pesquisa do Insper

Apenas 8,4% dos entrevistados afirmam que inflação, de 6,7% em 12 meses, não impactou sua atividade

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

O principal efeito da inflação sobre os negócios de pequenas e médias empresas tem sido impedir a realização de novos investimentos.

É o que dizem 36,6% dos empreendedores entrevistados por pesquisa trimestral feita pelo Insper em parceria com o Santander, que mede as expectativas dos empresários em relação à economia.

A enquete, conduzida desde 2008, teve pela primeira vez uma pergunta específica sobre o impacto da inflação, que foi incluída a pedido da Folha.

A paralisação de investimentos provocada pela alta de preços foi o efeito mais citado por empresários dos três setores pesquisados (serviços, comércio e indústria).

"Esse não é um bom sinal. Indica que o investimento, que é crucial para a retomada da economia, não vai reagir tão cedo", afirma o economista José Luiz Rossi Júnior, do Insper.

Segundo Rossi, consumidores e empresários associam inflação mais elevada a um cenário de instabilidade.

"A inflação é ruim porque corrói renda e lucros, mas também porque é associada a incerteza e descontrole de política econômica."

Aristides Malva Filho, dono do restaurante Casa Malva, na capital paulista, conta que desistiu de ampliar seu estabelecimento, alugando uma casa ao lado, por causa da inflação.

A alta de preços reduziu sua margem de lucro entre 15% e 20% nos últimos doze meses.

"Essa redução forte de margem de lucro diminui a capacidade de ampliação e de investimento", afirma.

Segundo o empresário, a redução no preço da energia elétrica não compensou o encarecimento de outros itens, como aluguel, salários e alimentos.

"Estou paralisado com essa situação. Acho que a inflação tem esse efeito sobre as pessoas, reduz a segurança em relação ao futuro."

MAIS PRESSÃO

As pressões inflacionárias ganharam fôlego nos últimos meses.

Em junho, a inflação medida pelo IPCA atingiu 6,7% em 12 meses, estourando pela segunda vez neste ano o teto da meta de 6,5% estabelecida pelo governo.

A tendência levou o Banco Central a subir os juros três vezes em 2013. A última alta ocorreu na semana passada, quando a taxa básica Selic foi elevada de 8% para 8,5% ao ano. Mas a percepção de economistas e empresários é a de que o Banco Central demorou a reagir à alta de preços.

REPASSES

Entre os 1.297 empresários entrevistados para a pesquisa, 28,8% apontaram o aumento dos preços de venda como o maior impacto da inflação sobre os negócios.

A não contratação ou demissão de funcionários e a redução da margem de lucro foram, respectivamente, a terceira e a quarta respostas mais escolhidas.

Apenas 8,4% dos entrevistados em todo o país indicaram que a inflação não teve efeito sobre sua atividade.

O resultado completo do Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN), calculado a partir da pesquisa do Insper em parceria com o banco Santander, será divulgado amanhã.


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