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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Expansão do agronegócio aumenta importações do setor

Nos últimos dez anos, as exportações do agronegócio representaram 38,4%, em média, das receitas totais obtidas pelo país com o comércio externo. Nesse mesmo período, as importações do agronegócio somaram 7,3% das importações totais.

Os dados são do Ministério da Agricultura e apontam que o país ganhou participação mundial em vários produtos exportados e saiu da dependência externa de outros, cujo abastecimento interno passava pelas importações, inclusive da carne bovina.

O agronegócio se moderniza, a renda do país cresce e as importações do setor sobem, tanto as de alimentos com valor agregado como as de insumos para a produção.

Os números da balança comercial do agronegócio, coletados pelo Ministério da Agricultura na Secex (Secretaria de Comércio Exterior), não registram, no entanto, um outro rápido avanço das importações do setor: máquinas, adubos, agroquímicos e produtos destinados à atividade agrícola.

Esse avanço fica visível na comparação das importações das empresas do setor. O avanço rápido da agricultura brasileira, que já produz um volume próximo de 200 milhões de toneladas de grãos por ano, exigiu novas tecnologias, máquinas maiores e ganhos de produtividade.

O resultado foi um avanço nas importações desses setores. As compras externas de máquinas agrícolas, peças e outros equipamentos das quatro principais empresas do setor subiram para US$ 2,4 bilhões no ano passado, 24% mais do que em 2012.

As líderes foram a CNH e a John Deere. A primeira importou o correspondente a US$ 1,12 bilhão no ano passado, e a segunda, US$ 983 milhões. Mas esses valores não se referem apenas ao setor agrícola porque elas atuam também em outros mercados, como o da construção. As importações de colheitadeiras, no entanto, aumentaram 178% no ano passado.

O setor de fertilizantes é outro cuja demanda recorde pelo campo vem provocando importações maiores. Em 2013, as 15 principais empresas do setor gastaram US$ 7 bilhões no exterior, com liderança da Fertilizantes Heringer e da Yara Brasil, que gastaram US$ 1,1 bilhão cada uma.

O peso do agronegócio na balança comercial não para por aí. As dez principais indústrias de defensivos agrícolas gastaram US$ 6,99 bilhões com importações no ano passado, 21% mais do que em 2012.

Houve uma demanda crescente desses produtos devido à área maior de plantio, principalmente de soja, e ao aparecimento de novas pragas nas lavouras, como a Helicoverpa armigera.

As importações na área de insumos cresceram tanto que a Syngenta, uma das empresas desse setor, foi classificada como a 10ª maior importadora em 2013 na lista da Secex. A empresa importou o correspondente a US$ 1,8 bilhão no ano passado, 22% mais do que em 2012.

A Basf, segunda colocada do setor nessa lista, trouxe para o país o equivalente a US$ 1,5 bilhão, 17% mais. Atuante em outras áreas, como química e tintas, a empresa afirma que 50% desse valor corresponde a produtos destinados ao setor agrícola.

A internacionalização da indústria de carne brasileira coloca o país como um dos principais exportadores mundiais de proteínas, mas aumenta também a entrada desses produtos no país.

As três principais empresas do setor importaram US$ 646 milhões no ano passado, 41% mais do que no ano anterior. A JBS, com US$ 274 milhões, e a BRF, com US$ 246 milhões, lideraram.

As grandes tradings também elevaram as compras. As cinco principais gastaram US$ 2 bilhões no ano passado, 13% mais do que em 2012. ADM e Bunge Alimentos lideraram. Esta última, aliás, também é líder nas exportações do setor, com US$ 7,24 bilhões em 2013.

Nas carnes, a maior exportadora é a BRF, com US$ 5,1 bilhões. A JBS vem a seguir, com US$ 3,66 bilhões, mas deve ter as receitas elevadas neste ano com a incorporação da Seara, que exportou US$ 1,57 bilhão em 2013.


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