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'Quarentena' ameaça plano de ajuda do Brasil
DE SÃO PAULO DE BRASÍLIAA ameaça de "quarentena" para os recursos que entrarem na Argentina pode minar o esforço do Brasil de ajudar o vizinho.
A administração Dilma está estruturando uma linha de crédito, a ser fornecida por bancos privados, para financiar os exportadores brasileiros nas transações com a Argentina.
A operação seria montada com o aval dos bancos centrais do Brasil e da Argentina, que se comprometeriam a não reter os recursos dos exportadores e importações.
Nenhum banco hoje libera crédito para empresas na Argentina. Sem esse convênio, as operações teriam que ser avalizadas pelas matrizes no exterior, que estão relutantes.
O problema é uma resolução do BC da Argentina, que exige que o empréstimo do exterior permaneça um ano no país. Além disso, 30% do valor é retido.
Essa resolução foi criada para afugentar dólares do país na época em que o dinheiro farto valorizava as moeda dos emergentes. Agora que a situação se inverteu, funciona com uma "quarentena".
"Desse jeito, é impossível, porque não atinge o objetivo, que é pagar a empresa brasileira", disse um técnico do governo.
A expectativa do setor privado é que o BC argentino altere a resolução, mas ainda não há sinais de que vá ocorrer.
O governo brasileiro não foi informado oficialmente pela Argentina da retenção de dólares para as importações e tenta marcar reunião com os vizinhos na semana que vem. O Ministério do Desenvolvimento não deu entrevista.
