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Linhão de Belo Monte é leiloado com desconto de 38%

Chinesa State Grid lidera consórcio vencedor, que teve ainda Eletronorte e Furnas; operação deve começar em 2018

MARIANA BARBOSA DE SÃO PAULO

Com um desconto de 38%, a primeira linha de transmissão de Belo Monte foi arrematada ontem em leilão por um consórcio formado pela estatal chinesa State Grid, em sociedade com as estatais brasileiras Furnas e Eletronorte.

Ao longo de 30 anos, o consórcio terá receita anual fixa de R$ 434,6 milhões (corrigida pela inflação) para transmitir a energia da hidrelétrica no Pará até a divisa entre Minas Gerais e São Paulo.

O teto era de R$ 701 milhões. Os outros dois consórcios participantes ofereceram deságios de 4,93% (Alupar e Transmissora Aliança) e 11,49% (Abengoa).

O linhão de Belo Monte terá 2.093 quilômetros de extensão e capacidade para transmitir 4.000 MW (megawatts) de energia.

A expectativa é que a linha fique pronta em 2018, período em que Belo Monte já estará gerando energia em seu nível máximo.

José Marangon, professor de sistemas elétricos da Universidade Federal de Itajubá, vê riscos para o abastecimento. "Em algum momento, Belo Monte vai ter que produzir menos, pois as linhas existentes não darão conta de tanta energia. E ela precisa entrar no sistema ou vai faltar luz. A linha deveria ter sido licitada dois anos atrás."

O investimento previsto é de R$ 5,1 bilhões. Mas, para o presidente da Eletrobras (que controla Eletronorte e Furnas), José da Costa Carvalho, a necessidade real de investimentos será menor, da ordem de R$ 4,5 bilhões.

O BNDES deve financiar 55% da obra, e a State Grid, 10%. O restante será via debêntures e FI-FGTS.

As obras precisam estar concluídas em 46 meses, mas Carvalho diz que entregará "até um pouco antes".

RISCOS

Um dos maiores riscos ao cronograma são disputas de terra. "Com essa extensão, é natural haver questões fundiárias. Mas o corredor deve evitar áreas urbanas e indígenas", disse Carvalho.

Para Alexei Vivan, do escritório L.O. Batista, o deságio surpreendeu. "Só dá para explicar pelo fato de que são empresas estatais, com menos pressão de retorno que um ente privado."

O professor da Unicamp Ennio Peres disse ter estranhado o deságio:

"Ou o governo está calculando mal o negócio ou está inflacionando para dizer que o leilão foi um sucesso".


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