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OGX, de Eike, assina acordo com credores para receber US$ 215 mi

Ao fim do processo, empresário ficará com só 9% da petroleira

RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO

A OGX, rebatizada de OGPar, assinou ontem com um grupo de credores internacionais acordo para receber injeção de US$ 215 milhões. Com isso, oficializou o acerto anunciado em dezembro e antecipado pela Folha.

A esperada apresentação do plano de recuperação judicial da petroleira de Eike Batista, no entanto, foi adiada novamente e deve acontecer só na próxima semana. A divulgação, aguardada para ontem, foi protelada três vezes.

Ficou decidido que ela agora só acontecerá quando a primeira parcela do dinheiro chegar aos cofres da empresa. O prazo legal máximo é o dia 17.

A capitalização será feita em duas etapas. O primeiro aporte, de US$ 125 milhões, ocorrerá em meados do mês, possivelmente até o fim da semana que vem, e será feito por credores internacionais que detêm a maior parte dos títulos da dívida emitidos pela OGX no exterior.

O segundo aporte, de US$ 90 milhões, será aberto a todos os credores, que incluem os demais detentores de título e os fornecedores.

A empresa naval OSX, de Eike, também é credora da petroleira, com US$ 1,5 bilhão a receber pela quebra de contratos, mas não tem recursos em caixa para participar da injeção de capital. Assim como a OGX, a OSX, dona de um estaleiro no Rio, está em recuperação judicial.

A entrada da segunda parcela do dinheiro está condicionada à aprovação do plano pela Justiça.

O financiamento será tomado pela OGX na forma de "DIP financing", crédito especial oferecido a empresas em recuperação. Esse crédito será futuramente transformado em ações. O restante da dívida, de quase US$ 6 bilhões, também será convertido em participação acionária, mas em condições diferentes.

Isso porque, como a petroleira está "quebrada", a dívida nova valerá mais que o montante reivindicado pelos demais credores.

COMO VAI FICAR

Ao fim do processo, os investidores que injetaram os US$ 215 milhões passarão a deter 65% da empresa. Os demais credores, incluindo a OSX, ficarão com 25%, e os atuais acionistas terão só 10%.

A Eike, que hoje detém cerca de 50% da companhia, devem restar 9% da empresa, já que o empresário também é dono da OSX. Os acionistas minoritários da petroleira ficarão com somente 5%.

O plano de conversão da dívida em ações terá de ser aprovado na assembleia de credores e também precisará passar pelo crivo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

A companhia, cujo processo de restruturação está sendo comandado pela consultoria Angra Partners, acredita que conseguirá reunir a maioria dos votos.

Na assembleia, cada real de dívida equivale a um voto. Com o acordo, a OGX já conseguiu a anuência de boa parte dos donos da dívida internacional. Devem ter ainda a OSX ao seu lado e a maior parte dos fornecedores.

Se for aprovado, a OGX ficará livre de dívidas e passará para as mãos dos credores. Ela terá capital suficiente para tocar sua operação em 2014.

O dinheiro novo é essencial para a empresa, que desde o ano passado enfrenta problemas de caixa.


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