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Inflação cai e fica abaixo do esperado em janeiro

IPCA recua de 0,92% em dezembro para 0,55%, menor taxa para o mês em 5 anos

Fim do pico do impacto da alta da gasolina é o maior responsável pela queda; efeitos do dólar nos preços preocupam

PEDRO SOARES DO RIO

Após o "susto" de dezembro, a inflação começou o ano menos pressionada, passado o período de pico do impacto do reajuste da gasolina.

Nesse cenário, o IPCA, índice oficial, subiu 0,55% em janeiro, abaixo das expectativas de analistas, ao redor de 0,60%. Foi a menor taxa para janeiro desde 2009 e trouxe alívio ao mercado, que respondia ao repique de dezembro, quando o índice bateu em 0,92%, segundo o IBGE.

A taxa em 12 meses caiu de 5,91% para 5,59% --abaixo do teto da meta, de 6,5%.

Apesar da freada, não é esperado um afrouxamento da política de alta dos juros, já que ainda pairam o repasse da valorização do dólar aos preços ao consumidor, um provável reajuste maior das mensalidades escolares neste mês, aumentos de ônibus e dúvidas sobre como chegará às tarifas o custo maior de usar energia termelétrica.

Outro foco de preocupação é o "espalhamento" dos produtos em alta --mais de 70% do índice, num nível "desconfortável", segundo economista do banco Fator.

"Persistem ainda as incertezas com relação ao impacto da desvalorização do dólar sobre os preços no varejo", diz José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe da instituição.

Em janeiro, alguns alimentos, como pão, biscoito, ovos e carnes, já subiram na esteira do câmbio --os dois últimos também em razão da seca atípica deste verão, que fez subir também frutas, verduras e legumes e tende a intensificar esse efeito em fevereiro.

Os itens de alimentação avançaram 0,84% em janeiro, quase no mesmo ritmo de dezembro (0,89%). Foi, porém, a deflação de 0,03% de transportes a responsável pela freada do IPCA. O grupo sofreu influência da menor alta da gasolina (0,60%, após 4,04% em dezembro) e da retração de 15,88% nas passagens aéreas.

"Assim como foi responsável pela alta de dezembro, o grupo transporte agora foi responsável pela desaceleração. A gasolina tem um peso enorme no bolso do consumidor. Qualquer mudança de preço, mexe no IPCA", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do IBGE.

Para fevereiro, porém, são esperados novas altas do etanol e reajustes mais salgados dos colégios, segundo a Rosenberg & Associados, além de possíveis aumentos de passagens aéreas e do já anunciado aumento de ônibus no Rio.

Já a LCA vê altas mais moderadas da alimentação, em razão da queda de importante produtos no atacado, e de transportes, que devem "mitigar" a pressão do grupo educação, com alta dos colégios.

Ainda assim, a consultoria estima um IPCA um pouco mais alto em fevereiro, na faixa de 0,60%.


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