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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Preços agrícolas sobem e indicam alta no varejo

Os preços agropecuários voltaram a subir no atacado, reforçando a preocupação com a alta dos alimentos no varejo nos próximos meses.

Após uma trégua em janeiro, quando apresentou deflação, o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) agropecuário subiu 1,72% em fevereiro, segundo o IGP-DI divulgado ontem pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Café, bovinos, milho e laranja foram os principais responsáveis pela alta. A soja, que diminuiu o ritmo de queda de -8,4% para -1,8%, também mostra a nova tendência para os preços.

O movimento é explicado pela estiagem dos últimos meses, que afetou a expectativa de oferta dos itens usados como matéria-prima pela indústria de alimentos. Por isso, têm maior peso no índice de preços no atacado --soja e milho respondem, juntos, por um quarto IPA agrícola.

No caso de alimentos "in natura" com ciclo de produção mais curto e que vão direto para a mesa do consumidor, a volatilidade (intensidade de altas e baixas) é maior, o que também é percebido pelo consumidor de forma mais rápida e intensa.

É o que acontece, por exemplo, com o tomate e a alface crespa, que subiram 67% e 118% na Ceagesp em fevereiro. Parte dessa alta já chegou às feiras livres e supermercados em fevereiro, mas é neste mês que o consumidor vai sentir mais no bolso.

O economista da consultoria LCA Fabio Romão diz que o grupo alimentação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo do IBGE) de fevereiro, que será divulgado nesta semana, será "bem comportado", mostrando variação de 0,41%, ante 0,84% em janeiro. Em março, porém, a taxa será de 1%, estima.

E a alta não para por aí. Os preços dos alimentos no varejo devem voltar a subir em abril, refletindo os reajustes que ainda acontecem em março no atacado.

Segundo ele, preços de alimentos "in natura", como o tomate e a batata, continuam subindo ao produtor, assim como os de algumas frutas. Além disso, pode ocorrer o repasse da alta dos grãos, usados na ração, para os preços da carne de frango.

"Os alimentos são a principal preocupação envolvendo a inflação no curto prazo", diz. A projeção da consultoria para o próximo IPA agropecuário é de alta de 3,88%.

Mais pressão A alta do preço do boi também deve chegar ao consumidor. A arroba voltou a subir ontem em São Paulo, para R$ 123, segundo a Informa Economics FNP. Demanda firme e oferta restrita estimulam reajustes.

Quebra 1 O Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) reduziu ontem a sua projeção para a safra de soja do Brasil de 90 milhões para 88,5 milhões de toneladas. Motivo: a onda de calor e a estiagem, que reduziram a produtividade da oleaginosa.

Quebra 2 A safra do Paraguai, que era estimada em 9,3 milhões de toneladas, também sofreu com o clima. Agora, a projeção do Usda é de 8,1 milhões. Não houve mudanças na previsão para a Argentina, que deverá colher 54 milhões de toneladas.

Quebra 3 Para a analista Daniele Siqueira, da AgRural, o Usda voltará a reduzir a estimativa para a safra brasileira em abril. A projeção da consultoria já está em 86 milhões de toneladas de soja.

Consumo O Usda confirmou a demanda aquecida pela soja. A previsão para as exportações dos EUA subiu de 41,1 milhões para 41,6 milhões de toneladas na safra 2013/14.

Estoques Até a semana passada, porém, os registros de exportação dos EUA já atingiam 44 milhões de toneladas, o que reduziria os estoques finais para 15 dias de consumo, diz a analista.

DE OLHO NO PREÇO

Nova York

Açúcar
(cent. de US$)*18,2

Café
(cent. de US$)*202,5

Chicago

Trigo
(US$ por bushel)6,45

Milho
(US$ por bushel)4,72

  • por libra peso

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