São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Brasil é o 5º país que mais eleva as importações, segundo OMC

Economia brasileira ganhou quatro posições no ranking das que mais compram do exterior

País também aumentou exportações e registrou o 10º crescimento mais expressivo entre 65 economias monitoradas

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK
VERENA FORNETTI
DE SÃO PAULO

O Brasil foi o quinto país que mais aumentou as importações no ano passado, segundo levantamento da Folha com dados da OMC (Organização Mundial do Comércio) sobre 65 países.
O Brasil ganhou quatro posições entre as economias que mais importaram e duas entre as que mais exportaram. No dois casos, o país passou a ocupar o 20º posto.
As compras do exterior avançaram 43% e passaram de US$ 134 bilhões para US$ 191 bilhões. O aumento só não foi maior do que as na Indonésia, na Argentina, no Paraguai e em Taiwan.
Pelos dados do governo brasileiro, houve avanço da compra em quase todos os principais produtos importados, mas os manufaturados -especialmente carros e combustíveis- foram os que mais ganharam espaço.
O Brasil também foi um dos que mais aumentaram as exportações. O avanço foi de 32% -o 10º mais significativo entre as 65 economias.
Alessandro Teixeira, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, diz que o crescimento das compras e das vendas refletem o desenvolvimento do país. "A economia brasileira está se fortalecendo e é natural que importemos mais. E o Brasil também vem fazendo um esforço não só para exportar mais, mas também diversificar os parceiros."

BASE DE COMPARAÇÃO
Bruno Lavieri, da Tendências, pondera que o real estava mais valorizado em 2010 do que em 2009, o que impulsionou as importações. Ele também relativiza o incremento de 43% por causa da base de comparação fraca: em 2009, o país foi afetado pela crise, que derrubou a demanda por bens do exterior.
Pelo lado das exportações, os produtos básicos (como minério de ferro e soja) representam quase metade do que o Brasil vende para o exterior e tiveram forte queda no preço em 2009, mas voltaram a subir em 2010 -o que ajudou a alavancar as vendas.
Lavieri também ressalta que, em 2010, o momento era favorável para as compras do exterior. Com a demanda interna em alta, as economias em desenvolvimento aproveitaram para investir.
"O ano passado foi um ótimo momento para importar máquina e ampliar capacidade produtiva", diz ele.

FRANCA RECUPERAÇÃO
No ranking feito a partir dos dados da OMC, a maior parte dos países que mais aumentaram tanto as importações quanto as exportações são economias em desenvolvimento. "Os emergentes se recuperaram rápido e isso se reflete no ranking; 2010 foi um ano de franca recuperação para eles", destaca o analista da Tendências.
Segundo Lavieri, este ano será mais favorável para o país. Ele argumenta que o preço das commodities em alta deve fazer com que o valor das exportações cresça mais que o das importações.


Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: Mais ruídos na economia de Dilma
Próximo Texto: Análise: Resolução do custo Brasil é crucial para assegurar a competitividade do país
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.