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Em meio a racha, Egito tem novo premiê

Presidente interino nomeia ex-ministro das Finanças Hazem al-Beblawi para o cargo, após 2 nomes terem sido rejeitados

Grupo defensor do golpe que derrubou o presidente na semana passada critica novo decreto constitucional

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Após racha político e anúncios desmentidos, foram nomeados ontem o primeiro-ministro e o vice-presidente do governo interino do Egito.

O economista liberal e ex-ministro das Finanças Hazem al-Beblawi ocupará o cargo de premiê, enquanto a Vice-Presidência caberá ao Nobel da Paz Mohamed ElBaradei.

ElBaradei fora anunciado premiê no sábado pela mídia estatal, mas sua nomeação enfrentou a resistência do partido islâmico Al-Nur. Outro nome foi recusado pelo mesmo motivo.

À Folha o fundador do movimento de oposição Kefaya disse, à ocasião, que o grupo salafista estava irritado com o fechamento dos canais islamitas no Egito.

Beblawi, que havia renunciado à pasta das Finanças em outubro, deve ter o apoio político dos salafistas.

Os anúncios, rumores e mudanças de posição durante os últimos dias deram testemunho das dificuldades na formação do governo interino que substituiu o presidente islamita Mohammed Mursi, deposto na semana passa após um controverso golpe militar.

CONSTITUIÇÃO

Novos rachas na coalizão governista também ficaram evidentes anteontem, quando o presidente interino Adly Mansur emitiu um decreto constitucional prevendo eleições parlamentares após período de cerca de seis meses --e só então eleições presidenciais.

O movimento de oposição Tamarod, que reuniu 22 milhões de assinaturas contra Mursi e mobilizou multidões nas semanas anteriores, criticou ontem o decreto, afirmando que a peça tem ares "ditatoriais".

"É impossível aceitar [a declaração constitucional], pois ela funda uma nova ditadura", publicou a organização em sua conta na rede de microblogs Twitter.

A Irmandade Muçulmana, à qual o islamita deposto Mursi está ligado, também rejeitou a declaração de Mansur e organizou ontem uma nova onda de protestos ao redor do país.

Na segunda-feira pela manhã, um confronto entre islamitas e as forças de segurança ao redor da sede da Guarda Republicana, onde se acredita que Mursi esteja detido, deixou ao menos 51 pessoas mortas. O episódio deve intensificar as disputas políticas no país.

Em grave crise econômica --uma das razões das manifestações em massa contra o governo da Irmandade Muçulmana-- o Egito deve receber ajuda dos Emirados Árabes e da Arábia Saudita, de acordo com informações da agência de notícias Reuters.

Os Emirados dariam US$ 1 bilhão e emprestariam outros US$ 2 bilhões aos egípcios, enquanto as autoridades sauditas ofereceriam um pacote de US$ 5 bilhões.

Não há informações detalhadas sobre as condições para as transações.


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