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Parado em carro em alta velocidade, Bin Laden foi liberado

Episódio está em informe do Paquistão que revisa falhas na caçada ao terrorista que viveu no país por nove anos

Relatório, com base em testemunhas, diz que líder da Al Qaeda usava chapéu de caubói para fugir de fotos aéreas

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Pouco após orquestrar o maior ataque terrorista da história nos EUA em 2001, Osama bin Laden foi parado em uma blitz no Paquistão. O carro em que viajava ia em alta velocidade.

O segurança dele resolveu em poucos minutos o problema. Bin Laden, sem a barba com que aparecia nos vídeos da rede terrorista Al Qaeda, seguiu viagem na região turística de Swat.

O episódio, que ocorreu entre "2002 ou 2003" faz parte de um relatório do governo do Paquistão que culpa "a incompetência e a negligência coletivas" das agências de inteligência do país pelos quase dez anos em que Bin Laden viveu na paquistanesa Abbottabad e em outras cidades sem ser descoberto.

O informe secreto, vazado pela TV Al Jazeera, é resultado das investigações da Comissão Abbottabad, criada pelo Parlamento paquistanês para verificar se houve conivência de órgãos do país com a Al Qaeda após os EUA assassinarem Bin Laden no Paquistão em maio de 2011.

Alimentado com cerca de 200 entrevistas, incluindo as feitas com as três viúvas de Bin Laden e com seus poucos funcionários, o texto revela detalhes do cotidiano dele.

Para escapar de monitoramentos aéreos, Bin Laden costumava usar chapéu estilo caubói quando se deslocava no pátio do complexo em que vivia com a família.

De estilo frugal, o líder da Al Qaeda, segundo testemunhas, tinha poucas peças de roupa. Não teria revelado sua identidade aos netos, que o chamavam de "tio pobre", já que sempre dizia não ter dinheiro para compras.

Uma das crianças, porém, reconheceu-o em reportagem na TV. Pouco depois, as TVs foram banidas da casa.

CONIVÊNCIA

O relatório critica a falta de comunicação entre órgãos de inteligência do governo e a polícia do Paquistão, mas não aponta culpados. "Ainda que não possa ser totalmente descartada a possibilidade de algum grau de conivência dentro ou fora do governo, nenhum indivíduo pode ser identificado como culpado", diz o texto.

Ao comentar os desencontros que fizeram o Paquistão ser "humilhado" pela "ato de guerra" que foi a operação dos EUA para matar Bin Laden, Ahmad Shuja, um ex-chefe de espionagem, diz no relatório: "Somos um Estado falido mesmo se nós ainda não somos um Estado falido".

Há outros trechos igualmente críticos com a burocracia no Paquistão. Após comentar que Bin Laden não pagava impostos locais nem respeitava regras para construção, o texto diz que o terrorista teve a "extrema sorte de não topar com ninguém fazendo seu trabalho honestamente, num completo colapso da governança local".


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