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Justiça nega acesso de jornalistas a cartas de Charles a ministros
"Guardian" diz crer que documentos provem lobby do príncipe
A Justiça britânica negou pedido do jornal "The Guardian" para ter acesso a cartas secretas enviadas pelo príncipe Charles a ao menos sete ministros do Reino Unido.
Nas correspondências, o herdeiro do trono faria pedidos e tentaria influenciar ações do governo. A direção do jornal informou ontem que vai recorrer da decisão.
A disputa já se arrasta há oito anos. Os advogados do jornal afirmam que as cartas são de interesse público e podem confirmar suspeitas de lobby político do príncipe.
O governo britânico diz que os papéis expressam "visões pessoais" de Charles e que sua divulgação comprometeria, no futuro, a imagem de neutralidade política que se espera dos monarcas.
O primeiro pedido de acesso às cartas foi apresentado em 2005 com base na lei britânica de acesso à informação. O lote incluía 27 correspondências que o príncipe enviou em caráter confidencial a sete ministérios.
Os papéis são chamados de "memorandos aranha negra", em referência debochada à caligrafia do príncipe.
Em setembro de 2012, uma corte que julga casos sobre liberdade de expressão determinou que o governo liberasse as cartas. No entanto, o advogado-geral Dominic Grieve, que defende o governo britânico, vetou a divulgação.
O "Guardian" diz que o veto foi ilegal. Anteontem, a Corte Superior de Justiça classificou a medida como "aberração constitucional", mas manteve sua validade.