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Governos aumentam ofertas para hackers

Brasil está entre os que mais gastam para detectar falhas em sistemas, diz instituto

DO "NEW YORK TIMES"

Na pequena ilha mediterrânea de Malta, dois italianos procuram "bugs" --falhas em códigos de computador que governos pagam fortunas para conhecer e explorar.

Luigi Auriemma, 32, e Donato Ferrante, 28, vendem informações sobre essas vulnerabilidades a países interessados em invadir sistemas de adversários estrangeiros.

Eles não revelam seus clientes. Porém, entre os grandes compradores de serviços similares estão a NSA (Agência de Segurança Nacional) e adversários dos EUA, como a Guarda Revolucionária iraniana.

Em todo o mundo, cresce o interesse por falhas de codificação de softwares, como o Windows, que podem dar ao comprador acesso irrestrito a um computador e a empresas, organismos ou indivíduos dele dependentes.

Alguns anos atrás, hackers como Auriemma e Ferrante vendiam as falhas a empresas como Microsoft e Apple, que as consertavam. No mês passado, a Microsoft aumentou muito o valor que se dispõe a pagar por esses pontos vulneráveis, elevando sua oferta máxima para US$150 mil.

Cada vez mais, no entanto, as empresas perdem espaço para governos de países, que pagam mais e buscam vitórias, mesmo que temporárias. Como a que os EUA e Israel tiveram há três anos, quando realizaram um ataque cibernético contra o programa nuclear iraniano.

Sob muitos aspectos, esse exemplo criou o mercado --mostrou ao mundo o que era possível e catalisou uma corrida virtual.

"Ninguém previu o rumo que essa coisa ia tomar", disse uma pessoa envolvida na estratégia inicial de EUA e Israel. "E, hoje, ninguém sabe ao certo onde vai terminar."

"Os governos estão começando a dizer: Para proteger meu país, preciso encontrar vulnerabilidades em outros países'", disse Howard Schmidt, ex-coordenador de cibersegurança da Casa Branca. "O problema é que vamos basicamente nos tornando menos seguros."

As revelações feitas pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, que vazou documentos secretos sobre os programas americanos de espionagem, deixaram claro que os Estados Unidos são um dos países a comprar falhas de programação. Mas estão longe de serem os únicos.

Israel, Reino Unido, Rússia, Índia e Brasil são alguns dos países que mais gastam com isso. A Coreia do Norte está presente nesse mercado, e também o estão alguns serviços de inteligência do Oriente Médio, segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington.


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