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Kerry tenta aliviar mal-estar com Brasil

A dois meses de visita de Dilma aos EUA, secretário de Estado chega amanhã e deve discutir espionagem da NSA

Kerry, que já se referiu duas vezes à América Latina como 'quintal', tem de conter incômodo do Brasil com vigilância

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

Amanhã, em sua primeira visita como secretário de Estado americano ao Brasil, John Kerry vai tentar melhorar o clima entre os dois governos às vésperas da visita de Estado que a presidente Dilma Rousseff fará aos EUA, em outubro.

Para diplomatas dos dois países ouvidos pela Folha, a visita não vai acontecer "em um bom momento". E boa parte dos acordos e anúncios que poderiam ser feitos em Washington está "travada".

Kerry, que chamou duas vezes a América Latina de "quintal" durante a sabatina no Senado americano que o confirmou no cargo, precisa reduzir os estragos provocados pelas denúncias de Edward Snowden de que os americanos estão espionando milhões de pessoas, governos e empresas pelo mundo, incluindo o Brasil.

O mal-estar levanta diversas questões sobre a visita de Dilma a Washington, com honrarias militares e um jantar de gala.

Se Dilma está tão preocupada com a espionagem dos americanos, aceitará ficar hospedada na Blair House, o palacete em frente à Casa Branca que costuma hospedar chefes de Estado convidados pelos EUA?

Os preparativos para a visita estão atrasados dos dois lados. O primeiro rascunho de comunicado conjunto que Dilma e Obama apresentarão já atrasou mais de um mês.

Desde maio, o governo americano está esperando saber que tipo de música a presidente Dilma gosta para montar o cardápio do jantar de gala na Casa Branca. Após os protestos de junho, quem tem coragem de incomodar a presidente com um assunto desses?', lamenta um diplomata brasileiro.

Os protestos de junho levantaram muitas dúvidas entre os funcionários do governo americano consultados pela Folha.

Praticamente todos perguntaram ao correspondente se Dilma pode não ser reeleita no pleito do ano que vem. Também questionam se o crescimento vertiginoso da economia brasileira "já virou história".

A última vez que um presidente do Brasil foi convidado a uma "visita de Estado" aos EUA foi Fernando Henrique Cardoso, em 1995. No mesmo período, chefes de Estado da China (1997 e 2011) e da Índia (2005 e 2009) foram recebidos duas vezes com a maior gala da Casa Branca.

Kerry, que foi derrotado por George W. Bush em 2004, conheceu sua mulher, a bilionária americana, filha de portugueses, Teresa Heinz, no Brasil, durante a Eco 92, no Rio de Janeiro.


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