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Sudão dá armas a rebeldes sírios, diz jornal

Armamentos seriam de fabricação sudanesa e chinesa e passariam pelo Qatar e a Turquia antes de chegar à Síria

Cartum, que mantém elo com países amigos do regime Assad, nega o repasse de mísseis e munições à oposição

DO "NEW YORK TIMES"

Os rebeldes sírios, frustrados pela relutância do Ocidente em lhes fornecer armas, encontraram um fornecedor improvável: o Sudão, país que sofreu embargos internacionais de armas e mantém fortes elos com um dos mais firmes patrocinadores do regime da Síria, o Irã.

Em transações que não foram reconhecidas publicamente, o governo do Sudão vendeu armas fabricadas no país e chinesas ao Qatar, que as entregou aos rebeldes via Turquia, dizem autoridades ocidentais e rebeldes sírios.

Os embarques incluem mísseis antiaéreos e cartuchos de fabricação recente para armas portáteis que já foram vistos nos campos de batalha sírios.

O equipamento é muitas vezes pago por Qatar, Emirados Árabes Unidos (EAU), Jordânia, Arábia Saudita ou outros doadores simpáticos à causa.

A guerra se transformou numa disputa por influência local entre potências mundiais, agentes regionais e seitas religiosas. O Sudão tem conexões com a maioria sunita síria e interesse financeiro na continuação da guerra.

Mas a decisão sudanesa de fornecer armas aos rebeldes --contrariando os apoiadores internacionais do país-- reflete um esforço de equilibrismo muito arriscado. Irã e China oferecem assistência militar e técnica à indústria estatal de armas sudanesa e podem ver a venda de armas aos rebeldes como resultado indesejado de sua colaboração com Cartum, ou mesmo como traição.

Funcionários do governo sudanês negaram a ajuda. "Não temos interesse em apoiar grupos na Síria, especialmente se o resultado do confronto não está claro", disse Al-Sawarmi Khalid Saad, porta-voz das Forças Armadas.

Um porta-voz da Presidência sudanesa sugeriu que, se armas sudanesas estavam em poder dos rebeldes sírios, teriam sido fornecidas pela Líbia. O Sudão, disse ele, admitiu ter enviado armas durante a guerra de 2011 para derrubar Muammar Gaddafi.

No entanto, isso não explicaria de que forma munição sudanesa 7,62x39 mm foi encontrada pelo "New York Times" em posse de rebeldes perto da cidade síria de Idleb.

A munição, de acordo com suas marcas de produção, foi fabricada em 2012 no Sudão-- depois do fim da guerra na Líbia. Ela estava em uso pelo Soquor al-Sham, grupo islâmico que reconhece o comando militar da Coalizão Nacional Síria, apoiada pelo Ocidente.

A versão tampouco explicaria os mísseis antiaéreos FN-6 em posse de rebeldes, já que esse tipo de arma não foi usada na Líbia em 2011.

Fotos de um dos tubos lança-mísseis FN-6 mostram que as marcas de produção --que incluem os números de série e de lote, o código do fabricante e o ano de produção-- haviam sido cobertas com spray.


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