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Opositor de Cristina mostra liderança, diz ex-ministro

Para Roberto Lavagna, resultado eleitoral se deve a desgaste da Presidência

Titular de Economia entre 2002 e 2005 se alia a Sergio Massa, o dissidente que impôs derrota a governo

FLÁVIA MARREIRO DE SÃO PAULO

Dissidente do kichnerismo desde 2005, o ex-ministro da Economia argentino Roberto Lavagna comemora o êxito eleitoral de Sergio Massa, outro ex-aliado do governo, e diz que agora é hora de rechear de "conteúdo" o projeto presidencial do prefeito de Tigre.

"Quem ganhou e mostrou que tem capacidade de liderar é Massa. O importante é lhe dar conteúdo em política econômica, internacional, institucional. Massa tem todo um trabalho adiante, em termos da definição de programa", disse Lavagna à Folha em São Paulo. Para ele, o prefeito de Tigre já tem uma fortaleza: a disposição de diálogo que falta à oponente.

Um dos artífices da renegociação da dívida argentina a partir de 2002, o ex-ministro está na cidade para lançar o livro sobre a experiência: "O Desafio da Vontade" (Editora 34, R$ 54,90).

É recente o entusiasmo de Lavagna por Massa, que liderou a lista de deputados que bateu o kichnerismo na Província de Buenos Aires por 35% a 29,5% nos primárias legislativas no domingo.

Após deixar os Kirchner em 2005, Lavagna, 71, foi candidato presidencial pela oposição em 2007 e flertou com outros "ex-K" e também com o prefeito de Buenos Aires, o conservador Mauricio Macri.

Nesta campanha, aderiu na reta final ao massismo, onde já estavam outros dissidentes da área econômica, como o ex-presidente do Banco Central Martín Redrado.

Para Lavagna, um trunfo de Massa é sua "base territorial", alcançada por ele ao atrair prefeitos peronistas da província de Buenos Aires, 38% do eleitorado. "Sérgio Massa é de um grupo de prefeitos importante, com base territorial, o que é imprescindível para enfrentar um governo duro, que não faz concessões", disse ele.

SEM RE-REELEIÇÃO

Como outros analistas, Lavagna aponta a cisão inédita que Massa representa dentro do movimento dos Kirchner, minando-o no poder. "É a primeira vez que há uma cisão no Justicialismo [peronismo] enquanto ele está no poder."

O ex-ministro não só aposta que o resultados de domingo enterraram as pretensões da presidente de tentar mudar a Constituição para disputar um terceiro mandato, como crê que Massa pode ter melhor performance nas eleições legislativas de outubro.

Lavagna atribui o mau desempenho de Cristina à conjuntura econômica e ao "confronto permanente" promovido pelo governo, que levaram a uma "deterioração institucional importante", como no conflito com o Judiciário. "Se alguém disser que nos últimos dois anos houve uma chavização', não estaria dizendo nada incorreto."

Questionado se aceitaria ser vice de Massa em 2015 ou integrar sua equipe, respondeu: "Falta muito tempo ainda. Temos um bom diálogo".


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