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Em carta, Maduro apela para Assunção voltar ao Mercosul
MÔNICA BERGAMO COLUNISTA DA FOLHAO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, escreveu uma carta ao novo presidente do Paraguai, Horacio Cartes, fazendo um "apelo à sua consciência paraguaia e sul-americana" para que ele evite a divisão dos países do continente e retorne à Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e ao Mercosul.
A correspondência será entregue hoje ao paraguaio por um emissário, já que Maduro não foi convidado para a posse do governante.
O Paraguai foi suspenso dos organismos multilaterais depois do impeachment-relâmpago do ex-presidente Fernando Lugo, considerado um golpe pelos outros países.
Nesse período, o Mercosul aprovou a entrada da Venezuela como membro pleno, o que não tinha sido ratificado pelo Congresso do Paraguai.
Apesar da resistência do país à presença da Venezuela no bloco, Maduro, que ocupa a presidência do organismo, diz no texto que fará o que estiver ao seu alcance "para que se produza o pronto retorno do Paraguai como membro pleno".
Segundo ele, "o Paraguai é parte fundamental da grande família sul-americana e penso que é absolutamente necessária a sua reincorporação"
Em outro trecho, o venezuelano afirma que, com a correspondência, "ratifica a boa vontade do governo bolivariano [da Venezuela] de ter as melhores relações com o Paraguai e com seu governo".
Maduro diz estar seguindo o caminho indicado "pelo comandante eterno Hugo Chávez", que afirmava ser necessário aos países conviver com as diferenças, "mas sempre tendo claro que o rumo comum da América do Sul deve ser a unidade", que deveria "prevalecer acima de tudo".
Na carta, Maduro se refere à saída de Lugo como "golpe de Estado", termo rechaçado pelo atual governo do Paraguai. E lembra que foi por causa dele que as desavenças atuais começaram.
O venezuelano critica ainda o que considera "uma campanha midiática" contra a Venezuela e "interesses extra-regionais que buscam nossa divisão e, com ela, a destruição do Mercosul e da Unasul". E enfatiza: "Evitemos a todo custo que nos dividam!"