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VIZINHO EM CRISE
Governistas culpam oposição pelo aumento da violência; adversários afirmam que a greve continuará
Mortes geram mais protestos na Venezuela
DA REDAÇÃO
Centenas de pessoas participaram ontem de uma marcha, em
Caracas, a favor do presidente da
Venezuela, Hugo Chávez, e em
protesto contra as duas mortes
ocorridas em confrontos entre
partidários e adversários do governo na sexta-feira. A oposição
também intensificou a programação de manifestações.
A passeata culminou em um ato
público, no qual os participantes
exigiram "justiça" do governo em
relação aos eventos de sexta-feira,
que, além das mortes, causaram
78 feridos. Rafael Vargas, do partido oficialista MVR, afirmou que
os dois mortos eram favoráveis ao
presidente.
O deputado Darío Vivas, do
mesmo partido, disse que a marcha de ontem foi "um protesto
contra a ação da Polícia Metropolitana [sob controle do oposicionista Alfredo Peña, prefeito de
Caracas", que causou as mortes".
Já Carlos Ortega, presidente da
CTV, principal confederação sindical venezuelana e um dos líderes da oposição a Chávez, anunciou nove concentrações em diferentes cidades, numa demonstração de fôlego da greve "cívica" desencadeada a 2 de dezembro.
"Vamos resistir até o fim", disse.
Os governistas também planejavam sair ontem às ruas, em
marcha para a defesa da estatal de
petróleo, paralisada com a greve
geral de quase cinco semanas, o
que provocou o colapso no abastecimento de combustíveis e a necessidade de importar gasolina.
As mortes de anteontem podem
dar novo impulso à greve e radicalizar ainda mais a situação no
país. Em 6 de dezembro último, as
mortes de três pessoas em conflitos na capital levaram a oposição
a endurecer sua posição.
Em abril do ano passado, após a
morte de 17 manifestantes em Caracas, no episódio mais violento
da longa disputa entre o governo
e a oposição, um grupo de militares e empresários lideraram um
malogrado golpe que desalojou o
presidente do poder por dois dias.
Na última sexta-feira, Chávez
declarou que poderá decretar lei
marcial se a violência de rua prosseguir. Sua declaração foi feita
após reunião com Cesar Gaviria,
secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos),
que se encontra em Caracas com a
missão, por enquanto infrutífera,
de buscar uma solução negociada
para a crise.
A oposição canaliza parte de
suas energias para a proposta de
convocação de um referendo consultivo para 2 de fevereiro. Os eleitores diriam se querem ou não o
prosseguimento de Chávez, cujo
mandato expiraria só em 2007.
Com agências internacionais.
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