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São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2003

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Quebrado e sem crédito, Paraguai depende do Brasil

DA REDAÇÃO

Além dos problemas crônicos de corrupção e contrabando, Nicanor Duarte terá pela frente, a partir da sexta-feira, uma gravíssima crise econômica, que levou o Paraguai a declarar uma moratória seletiva em dezembro do ano passado.
Com um déficit fiscal previsto de US$ 158 milhões para este ano, US$ 156 milhões em parcelas da dívida (de US$ 2,2 bilhões no total) a vencer entre agosto e dezembro e crédito zero no mercado internacional, o governo paraguaio não tem outra alternativa a não ser cortar gastos, em uma economia já em recessão.
"É prudente e necessário reduzir o custo administrativo da burocracia. Vamos realizar uma política de austeridade e de controle de gastos e de aquisições", afirmou Duarte anteontem.
Com tantos problemas, o Paraguai tem no Brasil sua "tábua de salvação". O país é o primeiro importador de produtos paraguaios e o primeiro exportador para o país. Além disso, o Paraguai recebeu do Brasil, no ano passado, US$ 268,2 milhões em royalties pela energia da hidrelétrica binacional de Itaipu -da qual o Paraguai consome só 7%. O dinheiro foi usado para cobrir 59,4% da folha de pagamento.

Guerra
Grande parte dos problemas do Paraguai é atribuída pelos historiadores à Guerra do Paraguai (1864-1870), maior conflito da história da América do Sul.
A guerra, que opôs o Paraguai aos seus atuais parceiros no Mercosul -Brasil, Argentina e Uruguai-, praticamente dizimou a população masculina adulta do país. Estima-se que mais de 300 mil paraguaios tenham sido mortos no conflito, que resultou ainda na perda de 150 mil km2 do território.
Outros 35 mil paraguaios morreram na Guerra do Chaco, travada com a Bolívia entre 1932 e 1935. (RW)


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