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Quebrado e sem crédito, Paraguai depende do Brasil
DA REDAÇÃO
Além dos problemas crônicos de corrupção e contrabando, Nicanor Duarte terá
pela frente, a partir da sexta-feira, uma gravíssima crise
econômica, que levou o Paraguai a declarar uma moratória seletiva em dezembro
do ano passado.
Com um déficit fiscal previsto de US$ 158 milhões para este ano, US$ 156 milhões
em parcelas da dívida (de
US$ 2,2 bilhões no total) a
vencer entre agosto e dezembro e crédito zero no
mercado internacional, o
governo paraguaio não tem
outra alternativa a não ser
cortar gastos, em uma economia já em recessão.
"É prudente e necessário
reduzir o custo administrativo da burocracia. Vamos
realizar uma política de austeridade e de controle de
gastos e de aquisições", afirmou Duarte anteontem.
Com tantos problemas, o
Paraguai tem no Brasil sua
"tábua de salvação". O país é
o primeiro importador de
produtos paraguaios e o primeiro exportador para o
país. Além disso, o Paraguai
recebeu do Brasil, no ano
passado, US$ 268,2 milhões
em royalties pela energia da
hidrelétrica binacional de
Itaipu -da qual o Paraguai
consome só 7%. O dinheiro
foi usado para cobrir 59,4%
da folha de pagamento.
Guerra
Grande parte dos problemas do Paraguai é atribuída
pelos historiadores à Guerra
do Paraguai (1864-1870),
maior conflito da história da
América do Sul.
A guerra, que opôs o Paraguai aos seus atuais parceiros no Mercosul -Brasil,
Argentina e Uruguai-, praticamente dizimou a população masculina adulta do
país. Estima-se que mais de
300 mil paraguaios tenham
sido mortos no conflito, que
resultou ainda na perda de
150 mil km2 do território.
Outros 35 mil paraguaios
morreram na Guerra do
Chaco, travada com a Bolívia entre 1932 e 1935.
(RW)
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