São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2005

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Como a igreja fará para funcionar com um número cada vez menor de padres?
Uma igreja sem sacerdotes? As previsões catastróficas dos anos 60 estão se realizando em países como França e Alemanha. Aumentam as reuniões sem padres, os funerais celebrados por leigos. O apelo a sacerdotes africanos ou poloneses não passa de paliativo. A solução que salta aos olhos consiste em ordenar padres ou diáconos entre os leigos com experiência, homens ou mulheres, celibatários ou casados, convocados pelo bispo ou escolhidos por suas comunidades. O novo papa vai enfrentar esse cenário que há muito tempo atormenta as cabeças de muitos bispos. Essa hipótese teria como primeiro mérito o de superar as frustrações vindas de uma fronteira cada vez mais fluida entre o ministério ordenado do bispo e do padre (que preside sobre a eucaristia, dá a absolvição, celebra batismos e casamentos), aquele do diácono permanente (que pode pregar, batizar e casar, mas não celebrar a eucaristia), e aquele dos leigos não-ordenados, que se encarregam apenas das tarefas de serviço, de preparo e acompanhamento. O que está em jogo não é nada mais, nada menos do que a presença e a difusão da igreja nos próximos dez anos, sua rede institucional, em outras palavras, o futuro da evangelização, a essência de sua missão.


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