São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2005

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Como deve ser o diálogo do Vaticano com protestantes, anglicanos e ortodoxos?
João Paulo 2º investiu pessoalmente no terreno do ecumenismo -nunca deixou de pregar a unidade do catolicismo com o cristianismo ortodoxo, o anglicanismo e as confissões saídas da Reforma protestante. Ele se dizia convencido de que, se o segundo milênio tinha sido o da divisão, o terceiro deveria ser o milênio do exame de consciência e do perdão. Mas a tarefa ficou inacabada. Após a queda do comunismo, ressurgiram conflitos entre católicos e ortodoxos e reacenderam os ódios fratricidas, cujo melhor exemplo foi o veto imposto pela Igreja Ortodoxa russa e seu patriarca, Alexis 2º, a qualquer visita do papa a Moscou. O diálogo avançou com as igrejas luteranas, que em 1998 ratificaram com o Vaticano um acordo sobre "a justificação pela fé", passando uma borracha sobre uma das principais desavenças históricas vindas da época de Martinho Lutero. Com os anglicanos, houve altos e baixos. Em 1992, a Igreja da Inglaterra decidiu em favor da ordenação de mulheres e foi criticada por Roma. Com Bento 16, há risco de retrocesso -quando era cardeal, ele escreveu que não considera as outras igrejas "irmãs", já que a católica é a "mãe".


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