São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O NOVO PAPA

REPERCUSSÃO

Bento 16 é "servo do Senhor", diz Bush

Presidente americano destaca a "grande sabedoria"; Kofi Annan diz que Bento 16 traz a "riqueza da experiência" ao ofício

DA REDAÇÃO

DE BUENOS AIRES

Líderes mundiais manifestaram ontem cumprimentos ao cardeal alemão Joseph Ratzinger por sua eleição como papa, apontando sua "sabedoria" e qualificando-o como um grande teólogo.
O presidente dos EUA, George W. Bush, classificou o novo papa de "um homem de grande sabedoria e conhecimento".
"É um homem que serve ao Senhor", disse Bush. "Juntamo-nos aos nossos cidadãos e a milhões ao redor do mundo que rezam pela contínua força e sabedoria a Sua Santidade ao liderar a Igreja Católica."
O porta-voz do Departamento de Estado, Adam Ereli, afirmou que os EUA "esperam trabalhar com Sua Santidade e a Santa Sé para cimentar nossa já excelente relação bilateral e para promover a dignidade humana ao redor do mundo".
Em nota, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse que Bento 16 "traz uma riqueza de experiência a esse ofício" e que "a ONU e a Santa Sé compartilham um forte compromisso com a paz, justiça social, dignidade humana, liberdade religiosa e respeito mútuo entre as religiões".
O premiê holandês, Jan Peter Balkenende, disse que o novo papa levará adiante a luta de João Paulo 2º pela paz. "Ele tem sido mostrado como um bicho-papão e "cardeal panzer" por seus adversários. É muito claro que os cardeais escolheram uma transição segura, um homem em que podem pensar: "podemos ir para casa tranqüilos, a lojinha em Roma está em boas mãos"."
Outros líderes mundiais, entre os quais o presidente francês, Jacques Chirac, o premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e o premiê italiano, Silvio Berlusconi, também enviaram mensagens de congratulação ao novo papa.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, desejou a Bento 16 "sucesso" e que "o apoio do Vaticano para uma paz justa na Terra Santa continue".
Em Israel, o chanceler Silvan Shalom afirmou esperar que "esse papa, considerando sua experiência histórica, seja especialmente comprometido com uma luta contra o anti-semitismo".
Já o ministro israelense de Habitação, Isaac Herzog, foi mais cauteloso. "O tempo dirá se ele será tão comprometido como seu predecessor com a melhora nas relações com o povo judeu", disse. "O novo papa não é muito conhecido nesse aspecto e teremos de esperar e ver o que vai acontecer."
O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, ausente no enterro de João Paulo 2º, afirmou ontem que "obviamente" irá à cerimônia de início do pontificado de Bento 16.
Guillermo Marcó, porta-voz do cardeal Jorge Bergoglio, primaz da Argentina, que era apontado como "papável", disse que "é preciso dar tempo" a Ratzinger, que "curiosamente tem essa imagem de conservador, mas talvez não o seja".
"Ele é um teólogo de grande estatura, que escreveu profundas reflexões sobre a natureza de Deus e da igreja", disse o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, chefe da Igreja Anglicana. "Espero conhecê-lo e trabalhar juntos sobre o legado de seu antecessor para promover um entendimento entre nossas igrejas."


Com agências internacionais

Texto Anterior: Relação com judeus e islã deve se aprofundar durante o novo papado?
Próximo Texto: Papa buscará justiça social, diz Lula
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.