DA REDAÇÃO

O jornal "The Washington Post" relatou ontem que o FBI e a CIA acreditam que extremistas norte-americanos, e não seguidores do terrorista Osama bin Laden, estejam por trás dos atentados biológicos com antraz.
O jornal informa ainda que o governo preocupa-se com o fato de a transformação da bactéria em arma de guerra ter desviado a atenção pública do terrorismo islâmico como ameaça maior.
Essa ameaça se traduziria, disse o "Post", em uma segunda onda de ataques terroristas, nos EUA e em pontos que simbolizem interesses americanos no exterior.
O jornal disse que os ataques contra o Pentágono e o World Trade Center podem ser apenas a primeira parte de um plano que terá outros desdobramentos.
Quanto ao antraz, o FBI e os serviços de inspeção do correio consideram um amplo leque de possíveis responsáveis, desde associações de extrema direita a grupos norte-americanos simpatizantes do extremismo islâmico.
Fontes do jornal disseram que tudo aponta a uma fonte doméstica na distribuição criminosa da bactéria, já que não há indícios de operação executada no exterior.
Oficialmente, a administração Bush diz não descartar vínculos entre o antraz e Bin Laden e mesmo o Iraque, embora afirme não dispor de evidências.
Até agora três pessoas morreram, ao menos 11 outras foram infectadas e milhares fizeram exames ou estão tomando medicamentos contra os efeitos de uma possível infecção.
Ontem os correios informaram que 23 funcionários seus das regiões de Washington e Baltimore estão internados com "sintomas suspeitos", que podem, no entanto, não passar de uma forte gripe.
Ontem, a principal agência postal de Princeton, Nova Jersey, testou positivo para antraz. A bactéria foi detectada em um contêiner de correspondência usada como malote entre a agência e a cidade de Hamilton, onde antraz também foi detectado no correio.
Diretores do serviço postal disseram que é provável que outras cartas com antraz não tenham sido detectadas ainda. Até o momento, o único envelope contendo antraz enviado a uma autoridade é o que chegou a Tom Das-chle, líder democrata no Senado.
Ari Fleischer, porta-voz da Casa Branca, disse que a carta enviada a Daschle continha esporos "que só poderiam ter sido produzidos por um doutor em microbiologia em laboratório sofisticado".