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CRISE NUCLEAR
Agência Internacional de Energia Atômica acusa Pyongyang de desrespeitar "obrigações internacionais"
Inspetores deixarão Coréia do Norte na terça
DA REDAÇÃO
Os inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) que estão na Coréia do Norte deixarão o país depois de amanhã, disse o órgão, que é vinculado à ONU.
Pyongyang anunciou no dia 12
que retomaria as atividades de seu
reator nuclear, fechado após um
acordo feito em 1994 com os Estados Unidos. Anteontem, o governo norte-coreano exigiu a saída
dos inspetores da AIEA do país.
"Eles estão fazendo as malas
agora mesmo. Devem deixar
Yongbyon [local onde funciona o
reator norte-coreano] em direção
a Pyongyang o mais rápido possível", disse Melissa Fleming, porta-voz da AIEA. "E deixarão a Coréia
do Norte no primeiro vôo de terça-feira." Segundo a agência, três
inspetores estão hoje no país.
Para o diretor-geral da AIEA,
Mohamed El Baradei, "[a Coréia
do Norte] é um país desrespeitoso
em relação a suas obrigações internacionais". "Isso abre um grave precedente no regime de não-proliferação nuclear", disse.
A Coréia do Norte afirma que os
inspetores não são mais necessários após a retomada de seu programa nuclear. Conforme o acordo de 1994, Washington se comprometia a, em troca do fim das
atividades nucleares no país comunista, fornecer petróleo para a
produção alternativa de energia.
Em outubro, os EUA anunciaram que o governo norte-coreano
havia reconhecido, num encontro
com o subsecretário de Estado James Kelly, que mantinha um programa nuclear secreto. No mês seguinte, Washington suspendeu o
envio de petróleo, afirmando que
o acordo não tinha mais validade.
Talvez o mais fechado regime
do mundo, a Coréia do Norte foi
classificada pelo presidente dos
EUA, George W. Bush, como um
dos componentes do que ele chamou de "eixo do mal", ao lado do
Iraque e do Irã.
Pyongyang porém nunca reconheceu, perante a comunidade
internacional, ter tal programa secreto. Apenas disse ter o direito de
tê-lo. Os norte-coreanos afirmam
que a reativação do complexo nuclear de Yongbyon é essencial para que o fornecimento de energia
do país não entre em colapso.
Washington teme que o reator
de Yongbyon possa fornecer plutônio para armas nucleares.
Ofensiva diplomática
A Coréia do Sul anunciou que
vai mandar enviados à China e à
Rússia, dois países com boas relações com a Coréia do Norte, para
discutir os próximos passos a serem tomados em busca de uma
saída para a crise.
O chanceler sul-coreano, Choi
Sung-hong, falou ao telefone com
Tang Jiaxuan, o chanceler chinês.
Logo após a conversa, Choi disse que os dois países "crêem ser
melhor haver uma península coreana livre de artefatos nucleares".
Segundo o jornal "The New
York Times", os conselheiros de
Segurança Nacional do presidente Bush decidiram apoiar uma
ação da AIEA para que o Conselho de Segurança da ONU declare
que a Coréia do Norte está violando o Tratado de Não-Proliferação
Nuclear e outros acordos.
A ONU poderia, então, impor
penalidades aos norte-coreanos.
Essa estratégia serviria para tirar Washington do centro da crise, já que os EUA encontram-se
num esforço militar para uma
possível ação contra o Iraque.
A AIEA deve se reunir no início
de janeiro. Se a estratégia der certo, ela poderia endereçar a questão à ONU em poucos dias.
Com agências internacionais
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