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DO OUTRO MUNDO
Ocultismo e decoração diferenciada são opção acessível para interessados no tema
Ano Novo dobra ganho de esotéricos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Você acredita em anjos? E em
tarô, runas místicas, mitologia
celta, magia? Acreditando ou não,
pelo menos para um fato há que
se dar o braço a torcer: o mercado
de artigos esotéricos e de decoração diferenciada é uma opção de
investimento a considerar para
quem não tem muito dinheiro e
se interessa pelo assunto.
A época de Ano Novo é especialmente prolífica para o setor,
que chega a dobrar o faturamento
por conta de quem quis deixar a
casa repleta de "bons fluidos" para a virada do ano. A "purificação" do lar, no caso, é associada a
incensos, velas e amuletos -nacionais ou importados- disponíveis nas lojas especializadas.
"As pessoas têm buscado métodos alternativos de se sentir bem
consigo mesmas, com os deuses
em que acreditam e com o ambiente. Esse mercado tem crescido muito nos últimos anos e tende a ser cada vez mais procurado
no Brasil", diz a gerente comercial
da rede de franquias Alemdalenda (loja de produtos lúdicos e de
decoração relacionados a diversas
crenças), Mônica Telles.
Romildo Coutinho, sócio e consultor da Innovation Consulting,
é mais cauteloso. "O mercado é
muito subjetivo, depende da fé de
cada um. Existem produtos "clássicos" que vendem sempre, como
incensos e velas, mas outros dependem de modismos", avalia.
Claudia Bittencourt, diretora da
Bittencourt Consultoria Empresarial, diz que o mercado é bom,
especialmente para os pequenos e
médios investidores. Para escapar
dos modismos citados por Coutinho, ela recomenda a diversificação. "É importante não trabalhar
só com velas mas também com livros, cursos, palestras, seções de
meditação", exemplifica.
Esse foi o caminho seguido por
Lúcia Sousa Tomas, 44, proprietária da loja Hábitos Produtos Naturais. Além de comercializar ervas de todos os tipos, ela oferece
produtos esotéricos e livros. "Se
trabalhasse só com itens naturais
ou só com os esotéricos, fecharia
em muito pouco tempo", diz ela,
que abriu o negócio há dez anos.
"Mas não é um mercado fácil de
trabalhar. Levei cerca de sete anos
para ter retorno e formar uma
clientela fixa", acrescenta.
Rosalba Alves, 32, gerente da loja mais antiga da Alemdalenda
ainda em funcionamento, diz que
um dos pontos fortes do setor é a
ausência de crises. "É nas dificuldades que as pessoas procuram
melhorar, procuram abrigo na
fé", opina ela, que planeja abrir
um negócio próprio no futuro.
Mas em 2002 o setor teve sua
própria crise com o descontrole
do câmbio. Muitas lojas que trabalham exclusivamente com importados viveram dificuldades.
"Tivemos de trabalhar mais as
estratégias de marketing e diminuir a margem de lucro", conta
Carlos Alberto Pinheiros, 40, dona de uma loja Govinda, de artigos indianos. Tudo no local é importado da Índia, da Tailândia e
do Nepal. A vantagem é a pouca
concorrência. "Tem crescido bastante, mas ainda é menor do que
em outros setores, por causa dos
obstáculos para estabelecer rotas
de comércio com esses países."
(RENATO ESSENFELDER)
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