São Paulo, domingo, 05 de janeiro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Reféns e reformas
"A discussão sobre a reforma federativa do país, a mais urgente, foi pela primeira vez defendida em altos brados em várias cerimônias. São os governadores que sabem que não há mais como tolerar que os Estados sejam reféns da União. Qualquer Estado depende da União, que centraliza os recursos e as decisões e deixa o Brasil à sua mercê. Para realizar qualquer obra, um Estado precisa fazer uma romaria à Brasília, precisa cumprir o beija-mão a deputados e ministros e barganhar os arranjos que apenas desqualificam o Brasil como uma federação. E os Estados, humilhados pelo atual desenho federativo, armam o seu contra-ataque. Os desabamentos em Angra dos Reis precisaram do socorro federal. Até para o pagamento do 13º salário dos funcionários de Estados como RJ e MG foi preciso o pires na mão em Brasília. Isso é uma afronta, pois são nos Estados e nos municípios que as riquezas são geradas. É injusta a centralização desses recursos na ineficiência de Brasília."
Paulo de Toledo Ribeiro (Cubatão, SP)

Pepinos e abacaxis
"Muito se disse nos dias que antecederam a posse do novo presidente sobre o tal "abacaxi" -ou "pepino'- que Lula iria ter de descascar. Pois acho que, na verdade, quem fica com o verdadeiro "abacaxi" ou "pepino" -como se queira- é o povo. Porque os políticos reclamam, digladiam-se e acusam-se mutuamente (quem não se lembra de ACM versus Jader Barbalho: "Vossa Excelência é um ladrão!" "Não, Vossa Excelência é que é!'), mas estão sempre arrumando uma boquinha pública para viver -e para viver bem, diga-se de passagem. Vejamos o cenário atual. Olívio Dutra deixou o tal "abacaxi" no Rio Grande do Sul, mas descolou uma vaguinha de ministro. O mesmo aconteceu com Benedita da Silva no Rio de Janeiro, que deixou o "pepino" para Rosinha e já se sagrou ministra. Outro exemplo é o ex-senador José Eduardo Dutra, que perdeu a eleição para governador de Sergipe, entretanto já arrumou um empreguinho de presidente da Petrobras. E assim vai. Eles passam o "abacaxi" de mão em mão e quem tem de descascar o espinhoso, meus amigos, é o povo! O abacaxi é nosso!"
Fernando Stefanes Rivarola (São Paulo, SP)

Agropecuário
"Se não acreditarmos no incremento do setor agropecuário do Brasil, fatalmente estaremos fadados ao fracasso. Novamente o Canadá, por meio de uma ONG, mete o nariz em nossa economia, ofertando US$ 165 por hectare não-plantado de soja e de milho. Pelo segundo ano consecutivo, Minas Gerais aplicou somente 50% dos recursos do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Ora, se resolvermos alguns desacertos do setor, certamente daremos um grande salto de qualidade, notadamente quanto ao êxodo e à marginalização da população."
Ricardo Alves de Oliveira
(São João Nepomuceno, MG)

Penitenciárias
"Entendo que a permanência do dr. Nagashi Furukawa como titular da Secretaria de Administração Penitenciária foi uma decisão de extremo acerto do governador Geraldo Alckmin. Estando no cargo há três anos, desde os tempos de Mário Covas, o dr. Furukawa trabalhou com o mesmo empenho e dedicação no governo de Alckmin, implantando inúmeras inovações no sistema prisional. De suas inúmeras realizações, a mais memorável foi a desativação da Casa de Detenção de São Paulo. Essa desativação, para muitos a "mentira do século" por ter sido tantas vezes adiada, foi finalmente concretizada sob sua coordenação. Tenho certeza de que, com a competência e bom senso que lhe é peculiar, o trabalho do dr. Furukawa logrará êxito."
Armando Antonio de Oliveira
(Ribeirão Preto, SP)

Doação
""Com estes olhos que um dia hei de doar!" É assim que sempre digo, porque estes meus olhos a terra não há de comer. Sou vestibulando aspirante a médico cirurgião e fiquei impressionado com a eficiência do método Meld para transplantes de fígado, apresentado pelo doutor Hoel Sette Júnior no artigo "Esperança de vida na lista do transplante" ("Tendências/Debates", pág. A3, 3/1). Embora não conheça os critérios de avaliação do método (e gostaria muito de conhecê-los), acredito ser de extrema necessidade a sua implantação no Brasil em prol das vidas que precisam de assistência emergencial. E faço um apelo aos "seres humanos" desta honrosa pátria: doem seus órgãos! Os que temem que os órgãos de seus parentes possam parar nas mãos de profissionais antiéticos (leia-se traficantes) devem acompanhar o processo de transplante e conhecer os receptores dos órgãos."
André Alfredo de Pinho Luiz
(São Sebastião, SP)

Previdência
"Em seu discurso de posse, o novo ministro da Previdência Social deve ter decepcionado os inúmeros filiados ao INSS ao não anunciar, como era esperado, o restabelecimento do valor mensal anterior (equivalente a 20 salários mínimos, ou seja, R$ 4.000) para o teto das aposentadorias. Dá a entender assim que considera suficiente o simples valor atual de R$ 1.561. E que o PT, de fato, já não é o mesmo. Tampouco deu ele uma palavra sobre quais são os seus planos para tornar rentável o enorme patrimônio imobiliário da Previdência, hoje notório exemplo de péssima administração."
Ayrton Dieguez (Campinas, SP)

Taxas
"Mais uma? Quero deixar registrada a minha indignação em relação às taxas cobradas pela Prefeitura de São Paulo. Até quando teremos de assumir as responsabilidades da prefeitura? A taxa de lixo está longe de vir a dar certo. O que vai acontecer será mais lixo em córregos, em rios e nas ruas. E as queimadas também irão aumentar. E agora essa taxa de iluminação? Achei que no ano de 2003 teríamos a reforma tributária, para tirar impostos desnecessários."
Carla Dantas (São Paulo, SP)

Boas-festas

A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Aloizio Mercadante, senador eleito pelo PT-SP (São Paulo, SP); Escritório Técnico Julio Neves S.C.L. (São Paulo, SP); Roberto Miller, Asifa Founder (São Paulo, SP); Mário César Pereira Araújo, presidente da TCO Celular (Brasília, DF); Renato Amary, prefeito de Sorocaba, e Maria Lúcia Amary, presidente do Fundo Social de Solidariedade (Sorocaba, SP); Eduardo Simbalista, Coca-Cola Indústrias Ltda. (Rio de Janeiro, RJ); Ronaldo Iabrudi dos Santos Pereira, Telemar (Rio de Janeiro, RJ); José Carlos Grubisich, Braskem (São Paulo, SP); Valério de Magalhães, assessor de Comunicação Social da Prefeitura de Ilhéus (Ilhéus, BA); Hitoshi Nishikawa, presidente da Fundação Mokiti Okada (São Paulo, SP).



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