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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
Avante, Brasil!
Neste dia de eleições, convém
pensar num Brasil de longo prazo. Os problemas do momento são tão
graves que, com frequência, nos esquecemos do que podemos fazer neste grande país.
O presidente que assumir o comando da nação terá de agir com muita
prudência e com grande competência
para manter os compromissos de um
povo civilizado e, ao mesmo tempo,
buscar o rumo de um crescimento
mais acelerado.
Essa tarefa seria impossível se não
estivéssemos no Brasil. Vejam que
país fascinante. No meio de tanta crise, que afeta até mesmo as nações
mais ricas do mundo, o Brasil vai terminar o ano de 2002 com um superávit na balança comercial que esbarra
na casa dos US$ 10 bilhões e, para
2003, espera-se um aumento de 50%,
ou seja, podemos chegar perto dos
US$ 15 bilhões.
Tudo isso é muito animador. É prova de que o Brasil pode resolver grande parte de seus problemas ao aumentar substancialmente as exportações.
De 2001 para 2002, nossas vendas para
a Índia crescerem em 120%; para Cingapura, 113%. Isso em apenas um ano!
É um resultado fantástico!
Mais promissor ainda é saber que temos muita coisa para explorar. No
mesmo período, o aumento de exportações para a Rússia -que está em
franca recuperação econômica- foi
de apenas 14%. Trata-se de um grande
mercado, que pode ser bem trabalhado pelo Brasil.
Para a China, que é outro gigantesco
mercado, o aumento das vendas brasileiras de 2001 para 2002 foi só de
16%. Não podemos esquecer que ali
vive 1,3 bilhão de pessoas que precisam, sobretudo, de alimentos -in natura e processados- que são o forte
do Brasil.
A própria Coréia do Sul constitui
um excelente mercado comprador,
pois, dos Tigres Asiáticos, foi o primeiro a superar a crise por que passou
em 1997. O mesmo ocorre com Taiwan e em Hong Kong, agora anexado
à China.
A exploração dos novos mercados é
um grande filão para o Brasil de hoje e
de amanhã. Aquilo de que precisaremos, daqui para a frente, será manter
nossa idoneidade moral perante os
compromissos assumidos e, se algo tiver de ser feito, que seja negociado às
claras e com a plena concordância dos
interessados. Como se sabe, todo negócio é bom quando satisfaz as partes
envolvidas, quando elas cedem um
pouco e, às vezes, cedem bastante para
não perder mais no caso da intransigência. É o que o mundo espera da nova administração do país.
Com isso, teremos assegurado o
bom nome do Brasil e passaremos a
atrair, novamente, os capitais estrangeiros para aqui investir em setores
produtivos e de grandes perspectivas
de vendas internas e externas.
Apesar do nervosismo existente na
nação, é chegada a hora de aqueles
que trabalham, mais do que nunca,
acreditarem no Brasil, procurando expandir suas atividades, empregando
mais e dizendo a uma só voz: "Avante,
Brasil!".
Antônio Ermírio de Moraes escreve aos domingos nesta coluna.
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