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Mensalão as prisões

Justiça italiana nega liberdade a Pizzolato

Possibilidade de fuga pesou na decisão de juíza da corte de Bolonha; ex-diretor do BB continuará preso em Modena

Em audiência, petista diz que não quer voltar ao Brasil e afirma que sua condenação no Supremo foi 'política'

GRACILIANO ROCHA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BOLONHA (ITÁLIA)

A Justiça italiana negou ontem o pedido do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão, para aguardar em liberdade a decisão sobre a sua extradição para o Brasil.

A juíza Danila Indirli alegou que havia risco de fuga. Com isso, Pizzolato, preso na quarta-feira após passar quase três meses foragido, continuará preso em Modena, no norte da Itália.

O fato de o ex-diretor do BB ter entrado em território italiano portando documentos falsos também pesou no parecer da juíza. Pizzolato foi detido em Maranello (a 322 km de Roma), onde vivia na casa de um sobrinho, com passaporte falso em nome de Celso, irmão morto em 1978 em um acidente de carro.

O ex-diretor do BB foi ouvido ontem por duas horas na Corte de Apelação de Bolonha, instância onde tramitará a ação que visa a extraditá-lo. Ele alegou que sua condenação no Brasil foi resultado de um "processo político".

A imprensa não teve acesso à audiência. Segundo advogado do ex-diretor do BB, Lorenzo Bergami, Pizzolato estava sereno e respondeu em italiano às perguntas.

"Pizzolato explicou as razões pelas quais ele veio do Brasil. Segundo ele, seu processo não foi administrado de uma maneira correta e foi um processo político", disse Bergami. "Ele disse que não cometeu [os crimes pelos quais foi condenado]".

ALGEMADO

Pizzolato deixou a penitenciária de Modena no início da manhã de ontem em um furgão azul da penitenciária. Ao descer do carro, foi algemado, mas ao chegar à sala de audiência da corte, as algemas foram retiradas.

Ontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, encaminhou ao Ministério da Justiça um pedido feito em novembro pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, para a abertura do processo de extradição de Pizzolato.

Caberá ao Ministério Público instruir o processo e preparar toda a documentação necessária para o processo.

O Ministério da Justiça fará a formatação final do pedido. A pasta ficará encarregada, juntamente com o Itamaraty, de enviar a documentação ao governo italiano.

Tratado firmado entre Brasil e Itália prevê que uma prisão para fins de extradição tem prazo de 40 dias. Vencido esse período sem a formalização do pedido, o detido pode ser liberado.

Pizzolato foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Segundo o Supremo, ele autorizou repasse de R$ 73,8 milhões que o Banco do Brasil tinha no fundo Visanet para empresa do operador do mensalão, Marcos Valério de Souza, e recebeu R$ 336 mil.

O ex-diretor do BB nega que os recursos do fundo tenham sido desviados para o mensalão.


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