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Ribeirão

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Satélites captam 150 grandes queimadas

Em 2013, mesmo período registrou 41 focos de incêndio; situação provoca problemas de saúde e danos no campo

Elevação de registros se deve à combinação de falta de chuvas, tempo seco e clima quente, segundo especialistas

JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

A seca registrada em pleno verão em São Paulo fez o número de queimadas crescer 266% neste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

De 1º de janeiro a anteontem, foram registrados 150 grandes focos de queimadas. No mesmo período de 2013, foram 41. Isso ocorre, segundo especialistas, porque no mês passado choveu menos que o previsto, o que deixou o clima mais quente e seco.

Os dados são do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que faz o monitoramento via satélite de incêndios no país.

A campeã de focos (9) no Estado é Barretos, na região de Ribeirão. Para combater os incêndios, o secretário da Agricultura e Meio Ambiente da cidade, João Amadeu Giachetto, disse que o município está treinando 20 pessoas para atuarem na Defesa Civil.

"O fogo traz muitos prejuízos na cidade e no campo. Neste ano, foram vários e esperamos diminuir com as equipes de combate."

Depois de Barretos, as cidades que mais registraram focos foram Cajati, Praia Grande e Botucatu --seis em cada uma delas.

"O clima muito seco, a falta de chuvas prolongadas e a baixa umidade relativa do ar são condições propícias para a propagação das chamas. Tudo isso favorece a proliferação do fogo pelas vegetações", disse Alberto Setzer, pesquisador e responsável pelo monitoramento de queimadas por satélites do Inpe.

Segundo ele, os satélites registram queimadas de 30 metros de extensão por um metro de largura, cujas informações são utilizadas por órgãos e instituições que atuam no combate a incêndios e na proteção ao ambiente, como Corpo de Bombeiros, Ibama, Defesa Civil e Secretaria do Meio Ambiente.

A tendência, segundo a meteorologia, é que o total de queimadas cresça mais.

De acordo com a meteorologista Olívia Nunes, da Somar Meteorologia, chuvas constantes devem ocorrer só na segunda quinzena deste mês. Isso porque a região centro-sul, principalmente, sofre um fenômeno atípico para a época, que explica a estiagem do início deste ano.

"Essa região [São Paulo] está sob influência do sistema de alta pressão subtropical do Atlântico sul, que normalmente fica sobre o oceano, mas que desta vez invadiu o continente", afirmou.

Segundo ela, essa massa de ar seco, que está sobre o Sudeste, impede a formação de nuvens. "Deve começar a chover de forma mais intensa e prolongada a partir do dia 16 ou 17 deste mês."

Docente do departamento de patologia da Faculdade de Medicina da USP, Paulo Saldiva disse que as substâncias expelidas pela fumaça, como o monóxido de carbono, causam problemas de saúde.

"Pode provocar aumento da pressão arterial, causar irritação nos olhos. É nocivo, principalmente, para crianças e idosos."


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