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Muito além do game

Criado para melhorar a experiência do Xbox One, Kinect pode monitorar reações mesmo quando o usuário não estiver jogando, indicam patentes registradas

DE SÃO PAULO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O novo Kinect, sensor de movimentos do videogame Xbox One, é uma ferramenta turbinada para jogadores: enxerga melhor, ouve melhor e entende melhor quem está à sua frente. O dispositivo, porém, tem potencial para ser a janela que a Microsoft e anunciantes precisavam para recolher dados do mundo off-line de seus clientes.

Três patentes da Microsoft, que foram descobertas recentemente, mostram algumas das intenções da empresa.

Um dos registros fala sobre como o sistema de câmeras do Kinect poderia ser usado para verificar o comportamento de pessoas enquanto assistem à TV. Nele, a empresa discute como um sistema de recompensas poderia ser implementado para tornar a televisão mais interativa.

Ao assistir à primeira semana completa da próxima novela das 21h, por exemplo, você atingiria um objetivo e ganharia pontos --algo parecido com o que acontece no mundo dos games.

No documento, a Microsoft escreve que o sistema poderia ser usado para registrar hábitos de uma ou mais pessoas, que seriam compilados em relatórios sobre o comportamento de audiências.

Outra patente revelada recentemente fala sobre como a empresa poderia identificar expressões faciais pelo Kinect para exibir propagandas que combinem com as supostas emoções dos usuários --pessoas com expressões alegres receberiam anúncios de viagens ou festas, por exemplo.

Uma terceira patente fala sobre como o Kinect poderia identificar o número de pessoas na sala para assistir ao streaming de um filme e passar a cobrar um valor extra caso o número de pessoas fosse maior do que o permitido pela licença de exibição.

É claro que, por sua natureza, patentes podem servir apenas para descrever conceitos que nunca se tornarão realidade, mas elas demonstram o que a empresa imagina para o futuro.

PREOCUPAÇÃO

Os três registros datam de 2010 a 2012, período anterior ao lançamento do novo Kinect durante o qual a empresa provavelmente trabalhava no desenvolvimento do aparelho. Em maio, com o anúncio do Xbox One --que só será vendido junto com o Kinect--, cresceram os temores de invasão de privacidade.

Isso porque o aparelho de fato tem capacidades que podem, sem problemas, pôr essas patentes em prática.

Segundo a Microsoft, ele pode reconhecer expressões faciais, identificar a altura dos usuários e até detectar batimentos cardíacos. E o mais importante: o Xbox One não funciona sem o Kinect.

O potencial invasivo do novo aparelho é tamanho que o sistema de microfones continua funcionando mesmo quando o console está "desligado" --é assim que ele liga por meio de comandos de voz. A Microsoft diz que essa é a única coisa que o sistema entende enquanto hiberna.

Some a tudo isso um sistema concebido para funcionar melhor quando conectado à internet e uma empresa acusada de facilitar o acesso aos dados de seus usuários.

Na apresentação do Xbox One, ficou claro que a Microsoft pretende usar o console também como central de TV.

A antena (ou set-up box da TV a cabo) seria conectada ao console, que então se ligaria à televisão. Não há informações sobre como isso funcionaria no Brasil.

A Microsoft diz que não há motivos para preocupação, pois o usuário "tem controle sobre aquilo que o Kinect pode ver e ouvir".

Segundo a companhia, as pessoas poderão determinar quão sensível o aparelho será e poderão ajustar as opções de privacidade.


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