Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Turismo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Minha história - Diogo Bhovan, 20

Quase sem dinheiro, universitário português aproveitou as férias para conhecer sete países

Europa a 1 euro por dia

LIVIA SCATENA DE SÃO PAULO

RESUMO

Em agosto do ano passado, Diego Bhovan, estudante de engenharia da informática da Universidade de Coimbra (Portugal), começou a realizar o sonho de conhecer o mundo. Pegou a mochila e ficou um mês entre França, Luxemburgo, Bélgica, Alemanha, República Tcheca, Áustria e Itália com apenas € 31 (R$ 101) na carteira. Para sobreviver, usou a lábia e contou com a solidariedade das pessoas.

-

Estava em férias, em agosto de 2013, e não tinha grana para bancar uma viagem pela Europa, mas € 1 por dia eu podia gastar. Com € 31, umas roupas e coragem, fiz como os portugueses do passado: parti para descobrir o mundo.

O "clique" foi há quatro anos, depois do estágio que fiz na Holanda, quando ainda estava na escola. Desde então fiquei pensando em como conhecer outros lugares.

A verdade é que são dois os obstáculos que impedem as pessoas de viajar: tempo e dinheiro. Conhecer o mundo leva tempo; meses, anos. Tenho compromissos em Coimbra e nunca tive grandes possibilidades financeiras.

Para realizar meu sonho, o dividi em partes: começaria pela Europa, por um mês. Qualquer montante que economizasse estaria além das minhas possibilidades financeiras. Foi assim que decidi viajar quase sem dinheiro.

Saí de Coimbra em 1º de agosto, de carona em um caminhão de transporte internacional, que me deixou a 200 km de Paris, cidade onde tive mais dificuldade: a recepção não foi tão boa, e eu quase dormi na rua.

Naquele dia, fiquei das 16h às 3h tentando achar um lugar para dormir. Parei um monte de gente, me apresentei, mas foi difícil. Acabei indo parar num hostel, onde a recepcionista me deixou ficar em meu saco de dormir.

Apesar da dificuldade, Paris foi um dos lugares de que mais gostei de conhecer. Claro que me senti desamparado, mas é normal --era complicado não saber se teria o que jantar no dia seguinte.

Na minha segunda parada, Luxemburgo, trabalhei por uma noite em um festival de música e ganhei € 50 (R$ 163), o que me ajudou a seguir viagem com mais segurança.

Durante os 31 dias, eu procurei conversar com as pessoas que via, porque um dos meus objetivos era conhecer as cidades pelos moradores.

Eu abordava as pessoas falando inglês e engatava uma conversa sobre a minha viagem. Muitos se sensibilizavam e me ofereciam abrigo, comida e até dinheiro. Eu não pedia diretamente, mas muita gente me ajudou.

Em Berlim, por exemplo, conversei com um tcheco que me ofereceu sua casa em Praga --nos encontramos lá, quatro dias depois.

Na Itália, tive a sorte de encontrar as pessoas que me receberam melhor. Para chegar lá, peguei uma carona na Áustria em um ônibus com 50 italianos que estavam vindo da Polônia. Uma italiana me ofereceu um lugar em Padova, perto de Veneza --ela me levou para passear lá também.

A Itália me tocou pelo lado humano. Gostei muito da arquitetura de Berlim e do aspecto "limpinho" de Viena. Passei em todos os principais pontos turísticos, mas sempre por fora. Minha verba não permitia comprar ingressos.

Em vários momentos, quase desisti. Mas segui em frente. Era o que mais queria, afinal. Meu sonho é conhecer o mundo. Ainda tenho tempo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página