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Boca
no trombone MUTILAÇÃO
DE ÁRVORES
“É muito triste que tudo o que eu possa fazer,
no momento, é relatar minha frustração
ao passar na rua Dr. Altino Arantes, na Vila Clementino,
e constatar com espanto que haviam cortado duas árvores
muito antigas (talvez com mais de 50 anos) localizadas
em frente ao Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino
no Estado de São Paulo, no número 225.
Minha primeira reação foi olhar para cima
para ver se o assassinato foi causado por causa de fios
elétricos. Fiquei estarrecido: não havia
nada entre o céu e a terra, nenhum poste, nada!
Cortaram à toa, talvez por algum capricho de algum
imbecil. Morei muitos anos no Rio de Janeiro, uma metrópole
caótica, mas por outro lado bastante arborizada,
onde dificilmente você precisa caminhar debaixo
de sol (há sombra em quase todas as ruas!). Como
existe rede elétrica por lá também,
porque não tentarmos aprender como eles fazem
para conciliar os dois mundos, ao invés de sairmos
destruindo nossa cidade? Neste infame episódio
de extermínio verde, o pior de tudo é que,
além do prejuízo estético, a Prefeitura
de São Paulo está plantando um clima ainda
pior para seus habitantes. Não entendo por quê...
As árvores que se foram, foram-se. Iguais a elas
só daqui a uns 50 anos ou mais... lamento”,
Mauro Escobar - mauroesc@yahoo.com
“Nós, que passamos todos os dias pelo Largo do
Socorro, zona sul da cidade, sentimos em ver que a Prefeitura
de São Paulo, para correr com uma obra (corredor
de ônibus), arrancou praticamente todas as árvores
da praça perto da ponto do Socorro. Esse espanto é justificado,
já que todos sabemos dos problemas que São
Paulo enfrenta com as enchentes, provocadas naquele ponto
e em outros pela falta de solo (árvores, jardins)
para absorção da água. E, no entanto,
o que é feito? Arrancam-se todas as árvores
para pavimentar uma área, na qual a pavimentação
não seria necessária, pelo menos não
desta forma irracional. Perguntamo-nos, então, e
esse foi também o e-mail que mandei para o Ibama,
se o órgão não faz a fiscalização
destas obras, não questiona a retirada indiscriminada
das árvores. Quem decide sobre isso, sendo que ao
mesmo tempo os cidadãos estão prestes a receber
um imposto a mais sobre área pavimentada? Nós
teremos que pagar por algo que a própria Prefeitura
faz piorar? Peço a gentileza de uma informação
a respeito. Não temos mais muito tempo para salvar
nosso planeta, que tal começarmos cuidando dos nossos
jardins e árvores. Com certeza não podemos
aceitar mais uma destruição como essa do
Largo do Socorro”,
Dorothea Rentel - drentel@terra.com.br
“Há cerca de dois anos, acordei em um domingo de
manhã com o som de motoserras mutilando uma seringueira
próxima à minha residência. Moro à rua
Bela Cintra, 282, ao lado, portanto de Higienópolis,
separado apenas pela Consolação. Não é uma
região tombada, mas creio que este não é o
ponto, pois mesmo regiões não tombadas não
podem ser vítimas de tamanha violência.
Esta árvore, foi podada nos últimos anos duas vezes. Na primeira
vez, tive a mesma experiência de Giselda – a de não ter a quem
recorrer, pois para podar uma árvore desta escala, é necessário
o fechamento do trânsito e portanto estas podas são feitas aos
domingos.
Na segunda vez, pedi aos funcionários que me mostrassem
a autorização para poda. Desilusão
total: a poda era autorizada pela engenheira agrônoma
da prefeitura (desafortunadamente não me recordo
seu nome, Rosa alguma coisa, talvez).
Sou artista plástico também. Não
conheço Giselda Leirner pessoalmente, mas não
creio ser necessário algum senso estético
para ver que estas árvores não são
podadas. São, isso sim, mutiladas.
Esta árvore fazia conjunto, na minha paisagem, com
outras duas seringueiras que estão no terreno do meu
prédio. Estas, eu não deixo podar desta forma
nem que tenha de subir num galho alto com minhas duas crianças.
Mas o que podemos fazer com tantas árvores assim mutiladas
em São Paulo? Esperar chegar ao ponto da zona leste,
que é alguns graus mais quente devido a inexistência
pura e simples de árvores?”,
Fábio Miguez - fmiguez@uol.com.br
“Em Higienópolis foram duas árvores, mas
aqui, na minha região, o que se vê é um
verdadeiro assassinato ao pouco verde da nossa cidade.
Não bastasse a retirada das árvores da avenida
Cidade Jardim, em favor de uma obra de duvidosa necessidade,
estão pelando o final da avenida Nove de Julho.
Querem replantar as árvores retiradas da Cidade
Jardim, que não se sabe se irão brotar depois
de sofrerem tanta brutalidade. É um sistema,
a meu ver, de inusitada burrice. Ontem, ainda, constatei
a retirada de árvores na avenida Faria Lima para
ali construir o alojamento de funcionários. Há poucos
meses, essas árvores deram um show de beleza com
seus cachos de flores amarelas enfeitando a cidade.
A região estará realmente mudada. Onde existiam árvores
frondosas, teremos mais carros, que para não pararem
no cruzamento das avenidas Faria Lima com Cidade Jardim,
provavelmente ficarão parados pelo acúmulo
de automóveis que a cidade tem. Só mais metrô aliviará parcialmente
o nosso sistema viário. Chega de obras eleitoreiras
!!! Não sei se é porque acompanho de perto
esta obra, acho que, sem dúvida, ela é a
campeã no extermínio do verde na cidade.
Será que São Paulo não é capaz
de eleger um alcaide que realmente pense no bem do município
que está à beira do caos?”
Maria do Carmo Aranha de Ávila
- lacerdaavila@uol.com.br
“No bairro onde moro, Tatuapé, cada dia que
passa é uma árvore que, misteriosamente,
desaparece do dia para a noite, ou a copa é totalmente
cortada. Nossos "cidadãos de papel" preferem
ficar sem a árvore do que ter que varrer a calçada”
Déborah
Annunziato - deborahannunziato@yahoo.com.br
“No Bairro Cerqueira Cesar/Jardins, onde as alamedas já não
mais justificam sua denominação -, as árvores
somente são podadas ou cortadas após um engenheiro
agrônomo da comunidade local certificar a necessidade
da poda ou remoção. A subprefeitura envia
comunicação e a entidade de bairro concorda
ou não, após a vistoria. Como conseguimos
isto? Há um ano, inconformada com a "detonação de árvores" que
estava ocorrendo no bairro, recorri ao Ministério
Público do Meio Ambiente. Protocolei procedimento,
onde denunciamos os atos de mutilação
que a Prefeitura de São Paulo vinha praticando.
Informamos que grande parte das podas eram feitas pela
Eletropaulo, mas sempre em conjunto com o Poder Executivo
e os cortes normalmente são feitos à pedido
de comerciantes, para visualizar suas placas e fachadas.
Atualmente, temos um projeto de replantio de árvores
e quando a prefeitura corta uma árvore que DEVE
ser cortada, imediatamente plantamos outra no local (espécie
nobre, nacional, recomendada para paisagismo urbano - ipês
rosa, amarelo, roxo, branco) . O processo está em
fase de constatação e pericia e, para
variar, a prefeitura diz que a responsabilidade é da
Eletropaulo e esta, de que a culpa é da prefeitura.
Vamos apurar! Queremos responsabilizar e cobrar ressarcimento
EM MASSA ARBÓREA, todo o verde que nos foi tirado.
MANDADO DE SEGURANÇA AV. IBIRAPUERA: Como o tempo
urgia, não tive outro meio senão impetrar
mandado de segurança para as árvores em perigo
naquela área, com a feliz aquiescência do
PARTIDO VERDE, que ao nosso ver deve ser o guardião
do verde e meio ambiente. Pretendemos mobilizar a população,
para mostrar que, entre asfalto, fiação,
fachada e árvore, a prefeitura opta por detonar
o verde”,
Célia Marcondes- celia.candida@aasp.org.br
“Quando li seu texto, lembrei na hora de um caso parecido
que aconteceu comigo há uns 2 anos. Moro num apartamento
na região do Horto Florestal e tivemos problemas
com uma Paineira lindíssima de uns 35 anos de idade.
Conseguimos contratar um engenheiro agrônomo para
tratá-la mas não deu muito certo. Foi uma confusão para
acharmos alguém para socorrê-la e, depois de tentativas frustadas
(prefeitura, ONG´s, Instituto Florestal, polícia ambiental, etc),
a árvore ficou muito doente e não tivemos outra escolha se não
podá-la, ou melhor, mutilá-la. Uma pena. Senti-me anos impotente
por não ter conseguido cuidar daquela querida árvore. Hoje, recebi
uma notícia que me deixou bastante preocupada: outra árvore pode
ser cortada no prédio onde moro. E o que mais me deixa indignada é a
justificativa: está levantando a calçada da rua! Tenho a impressão
de que a natureza precisa, constantemente, ser moldada por razões cretinas.
Depois dessas experiências, resolvi fazer alguma coisa: faço mestrado
em História e falo da relação sociedade natureza, especificamente,
da relação da cidade de São Paulo e o Parque Estadual
da Cantareira. Espero que possa discutir e encontrar soluções
para algumas questões que me incomodam”,
Ana Carolina M. Ayres - acmayres@uol.com.br
“Na rua Sete de Novembro, Parada Inglesa, efetuaram o
corte de árvores sem nenhum planejamento. Concordo
que as árvores estavam destruindo os fios, mas um
ambientalista deveria ter acompanhado o corte. Infelizmente,
minha comunidade não é organizada e interessada
sobre esses assuntos”,
Eduardo Barreto Batista - eduardo.barreto@funcesp.com.br
“O parque do Ibirapuera tem um curso muito bom de jardinagem
e paisagismo. Por que não ensinar aos funcionários
da prefeitura essas amputações no pouco verde
que existe na cidade?”,
Marcelino França
- cybershot@bol.com.br
“Moro no bairro de São Miquel Paulista e plantei,
no terreno da minha casa, várias árvores
frutíferas, como a jabuticabeira. Também
plantamos flores no jardim. Acho que são iniciativas
válidas para melhorar o ambiente da cidade.
Se cada cidadão cultivasse o verde na própria
casa, São Paulo iria agradecer”,
Marcos Paulo Dias - marcosp.dias@ibest.com.br
“Em Porto Alegre temos problemas semelhantes. Eu mesma
sou uma "refugiada ambiental" do alargamento
da Av. Dom Pedro II, que custou a vida de mais de 500 árvores
só no bairro onde vivo - por coincidência,
também chamado de Higienópolis. Aliás,
o problema da urbanização predatória
por aqui inclusive levou ao surgimento do "Porto Alegre
Vive", movimento de bairros contra a desfiguração
e deterioração ambiental causada pelo atual
plano diretor”,
Monika Naumann, Porto Alegre-RS
- monika_naumann@yahoo.com
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