Uma pesquisa
do governo de Barcelona concluiu que uma jornada de trabalho
de mais de 40 horas semanais causa danos físicos e
emocionais à saúde, principalmente no caso das
mulheres.
O estudo, que será publicado nesta semana na revista
"Scandinavian Journal of Work, Environment & Health",
indicou que o excesso de horas de trabalho tem conseqüências
como ansiedade, depressão e problemas cardíacos.
Os pesquisadores acompanharam 2.792 pessoas de diversas profissões
e classes sociais durante um ano.
A Agência de Saúde Pública de Barcelona
concluiu que as mulheres são as mais prejudicadas porque
acumulam mais funções entre casa e trabalho
e "emocionalmente respondem pior à pressão".
Sono e ansiedade
De acordo com os cientistas, uma longa jornada de
trabalho, a partir de 40 horas por semana, afeta os homens
principalmente por meio de distúrbios no sono.
Já as mulheres mostram mais sintomas como hipertensão,
ansiedade, aumento de probabilidade de fumar, restrição
de outras atividades de ócio e de prática de
exercício e uma insatisfação geral. Também
foram observados transtornos psíquicos e hormonais.
A pesquisa chamada Perspectiva de gênero na análise
da relação entre longas jornadas de trabalho,
saúde e percepção do próprio estado
de saúde, demonstrou que os homens têm cargas
horárias maiores: 30,4% deles disseram trabalhar por
mais de 40 horas, contra 17,1% de mulheres.
Mas as trabalhadoras dividem mais o tempo entre as tarefas
domésticas e o trabalho fora de casa: 34,4% contra
9,2% de homens.
Classe
Em relação ao nível sócio-econômico,
as mulheres de classes mais baixas são as que trabalham
mais horas.
No caso dos homens é o contrário. Quanto mais
alto o cargo de responsabilidade e o status salarial, maior
é a carga horária. Na mesma proporção
aumentam os riscos de problemas de saúde, já
que segundo o estudo, são trabalhadores que dormem
menos de seis horas ao dia.
Horas extras e falta de condições adequadas
(baixos salários, excesso de pressão, carência
de materiais, ambiente ruim) afetam a saúde das mulheres
de pior qualificação profissional, principalmente
do setor de serviços, segundo a pesquisa.
"As funcionárias de comércios, pequenas
empresas, indústrias, bares e restaurantes são
o coletivo mais vulnerável que precisaria de maior
atenção pública em atividades de prevenção",
afirmaram os cientistas.
O estudo indicou ainda que as mulheres separadas e divorciadas
triplicam as horas de trabalho comparadas com os homens no
mesmo estado civil.
da BBC Brasil
Folha Online.
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