Um estudo conduzido por pesquisadores
canadenses apontou que estímulos elétricos em
áreas profundas do cérebro podem melhorar a
memória.
Uma equipe de médicos do Toronto Western Hospital
fez a descoberta por acaso, quando tratava de um paciente
obeso de 50 anos que sofria de diabetes tipo 2.
Após tentar vários tratamentos em vão,
como dieta, medicamentos e ajuda psicológica, os médicos
decidiram experimentar uma estimulação cerebral
profunda.
Testes anteriores realizados em animais mostraram que a estimulação
elétrica cerebral, que envolve a implantação
de eletrodos no cérebro, poderia ter um impacto no
apetite.
A técnica também já havia sido utilizada
para tratar pacientes com Mal de Parkinson, dores crônicas,
enxaquecas e até depressão.
Situações passadas
Os médicos implantaram os eletrodos a uma região
do cérebro conhecida como hipotálamo, responsável
pelo controle do apetite.
Ao sentir os estímulos, o paciente começou
a ter sensações de “déjà
vu”, ou a impressão de já ter visto ou
passado por aquela situação anteriormente.
Em seguida, ele teve sensação de que estava
em um parque, quando tinha 20 anos, acompanhado de amigos
e da namorada. Ele relatou que se sentia um observador da
cena, que era bastante nítida e visualizada em cores.
Numa segunda experiência, realizada meses depois, o
paciente teve as mesas sensações.
Após três semanas de constantes estímulos,
o paciente teve um ótimo desempenho em testes de memória.
Um ano depois, os mesmos estímulos foram realizados
e ele novamente respondeu bem aos testes, mas não tão
bem quanto antes.
Para o coordenador da pesquisa, Andres Lozano, os resultados
sugerem que seja possível usar estimulação
cerebral profunda para melhorar a memória.
“Nós soubemos imediatamente que a experiência
era uma descoberta importante. E agora estamos intrigados
para saber se o tratamento poderá trazer benefícios
para pacientes que tem problemas de memória”,
disse Lozano.
A equipe de especialistas está agora realizando um
estudo piloto para saber se a técnica pode abrir caminho
para novos tratamentos para doenças como o Mal de Alzheimer.
Seis pacientes já estão envolvidos nos testes
iniciais.
As descobertas dos pesquisadores canadenses foram publicadas
na revista especializada Annals of Neurology
BBC Brasil
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