Gene
desligado faz animais agirem como se estivessem sob efeito
de Prozac
Pesquisadores da França descobriram um gene que pode
servir de alvo para antidepressivos. Ao desativar o gene em
camundongos, eles viram os animais mergulharem num estado
de aparente felicidade, como se tivessem tomado Prozac.
O gene em questão, o TREK1, traz a receita para a fabricação
de um canal de íons de potássio nas células
do cérebro. Ele está ligado ao equilíbrio
das correntes elétricas que fazem funcionar os neurônios.
Em um estudo a ser publicado neste sábado na revista
"Nature Neuroscience", o grupo de Michel Lazdunski,
do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França,
produziu camundongos sem o TREK1. Os cientistas notaram que,
além de parecerem alegres o tempo todo, os animais
tiveram um aumento nos níveis de serotonina (neurotransmissor
ligado à sensação de bem-estar) e não
liberaram o hormônio corticosterona, comum em roedores
em resposta a estresse.
O grupo sugere que pequenas moléculas desenhadas para
bloquear os canais de potássio codificados pelo TREK1
podem criar uma nova categoria de antidepressivos, que atuariam
de maneira distinta do Prozac (este age diretamente aumentando
os níveis de serotonina no cérebro) e, portanto,
poderiam agir mais rápido e com menos efeitos colaterais.
As informações são
da Folha de S.Paulo.
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