Marina Rosenfeld
especial para o GD
A baixa representatividade de negros
nas salas de aulas não é exclusividade dos alunos.
Alcança também o corpo docente. Pesquisa pioneira
do departamento de Antropologia da Universidade de Brasília
(UnB) mostra que, nas maiores e mais importantes instituições
de ensino superior, o número de professores negros
não chega, em média, a 1%.
Entre as 12 universidades analisadas,
a UnB foi um das que apresentou melhor resultado. Dos 1,5
mil professores, 15 são negros, o que equivale a 1%.
O pior resultado ficou com a Universidade de São Paulo
(USP): dos 4.705 docentes em atividade, apenas cinco são
negros, o que representa em torno de 0,1%.
O número total de docentes
encontrados em seis das instituições pesquisadas
foi 15.866, entre os quais apenas 67 são negros.
No estudo, é apresentada uma
alternativa para melhorar o ingresso de negros na carreira
acadêmica: o chamado acesso preferencial. A proposta
não reservará vagas, assim como é feito
no sistema de cotas, mas dará preferência para
negros que queiram entrar na pós-graduação,
na docência superior e na carreira de pesquisador.
|