As parcerias
firmadas entre polícia e comunidade não acontecem
apenas em bairros da periferia de São Paulo. Em área
considerada como uma das mais nobres da Capital, policiais
e empresários da região da Avenida Paulista
apostaram nessa idéia e os resultados comprovam o sucesso
da iniciativa.
Na Avenida Paulista os crimes contra o patrimônio tiveram
quedas expressivas. Na comparação entre janeiro
a maio desde ano com o mesmo período de 2004, os casos
de roubos caíram 79%. Foram 48 ocorrências nos
cinco primeiros meses do ano passado ante 10 registradas até
maio de 2005.
As ocorrências de roubo a transeunte também
diminuíram. De acordo com levantamento realizado por
meio do Infocrim, esse tipo de crime caiu 82% na Avenida Paulista.
De 107 casos registrados entre janeiro a maio de 2004 para
19 ocorridos no mesmo período deste ano. Ou seja, 88
pessoas deixaram de ser assaltadas.
Há 21 meses sem homicídios
Nos casos de homicídios ocorridos na Paulista,
os números são reduzidos. Segundo dados do Infocrim,
desde outubro de 2003 não há registro desse
tipo de crime na Avenida.
Veja a versão da polícia
para esse fenômeno
Parcerias da polícia com a iniciativa privada
“Temos parceria com o Governo do Estado. Nossos
planos são de chegar à meta de 200 supedâneos
em pontos estratégicos”, diz Nelson Baeta Neves,
presidente da Associação Paulista Viva, organização
não-governamental criada no final da década
de 80 por um grupo de empresário, que se organizou
com o objetivo de preservar a Avenida.
“O aumento da segurança na Avenida Paulista
beneficia a todos, não só os moradores. Isto
porque apenas 5% da população que circula na
Paulista é de moradores. Mais de 1,5 milhão
de pessoas circulam por dia, oriundas de toda a metrópole.
São estudantes, turistas, famílias. Fora a facilidade
de transporte, e as opções de teatros e cinemas”,
completa.
Segundo Baeta, os supedâneos auxiliaram na redução
de irregularidade no trânsito. “Com os policiais
fiscalizando, os motoristas passaram a dirigir mais cautelosamente”.
Em uma avenida em que passam por dia aproximadamente 90 mil
carros, não termos nenhum acidente é algo impressionante.
O policiamento comunitário ostensivo dá a sensação
de segurança”, analisa.
Baeta encara a criminalidade como um problema social. “É
necessário um engajamento social, um comprometimento
também do cidadão. A sociedade civil pode e
deve ajudar mais do que qualquer órgão”,
diz.
Policiamentos na região da Avenida Paulista
O 7º Batalhão o 11º BPM/M realizam
policiamento integrado e a pé com mais de 120 policiais,
além de trailers e Bases Móveis (no total, são
oito trailers e oito Bases Móveis).
Especialmente projetados para a Polícia Militar de
São Paulo, os trailers e as BCM são utilizados
como bases comunitárias semi-fixas, colaborando para
a redução da criminalidade e aproximando a PM
da comunidade. O trailer foi implantado como projeto-piloto
no Vale do Anhangabaú, em setembro de 2002.
Cada trailer é acompanhado por 2 bicicletas, 2 motos
e uma viatura Blazer. Um efetivo de 10 policiais (por turno
de 12 horas), sendo 2 para as bicicletas, 2 para as motos,
2 para a viaturas, 2 fixos na base e 2 circulando a pé,
reforçando a segurança num raio de até
600 metros do local onde está instalado.
A principal vantagem do equipamento é a mobilidade,
pois a base permanece fixa em um ponto de policiamento determinado,
enquanto a viatura faz as rondas locais, podendo até
mesmo realizar uma perseguição se necessário.
Bases Comunitárias de Segurança
As Bases Comunitárias de Segurança
(BCS) são consideradas as células do Policiamento
Comunitário, que tem o objetivo de atender a comunidade
local, tornando-se um referencial, integrando e concentrando
as demais atividades policiais. Na Avenida Paulista, a Base
Comunitária conta com oito policiais. Um deles é
o soldado Emanuel Ribeiro dos Santos.
Trabalhando há 17 anos na Paulista, ele acumula muitas
histórias de atendimentos realizados que vão
desde ações policiais a socorros médicos.
Segundo ele, há cerca de dois meses, um senhor de aproximadamente
50 anos subia a Rua Augusta em direção a Base
Comunitária de Segurança com fortes dores no
peito. Foi socorrido prontamente pelos policiais até
o Hospital das Clínicas, onde ficou internado por duas
semanas. Após a internação, retornou
à Base para agradecer.
“Ele não sabia o que fazer para nos agradecer.
Queria ligar para a Companhia nos elogiando e dizer que só
estava vivo graças ao socorro prestado. Estava muito
satisfeito”, conta o soldado Santos.
Rocam
O Ten. Benedito Del Vecchio, responsável pelo
policiamento no trecho que compreende a Praça Osvaldo
Cruz até a Rua Professor Otávio Mendes (ao lado
do MASP), área da 1ª Cia. do 11º BPM/M, aponta
que houve um reforço desde março de 2005, no
policiamento da Avenida Paulista com a atuação
de motos da ROCAM (Rondas Ostensivas Com Apoio de Motocicletas).
“Fixamos mais de 10 motociclistas no patrulhamento de
toda a extensão da avenida Paulista. Eles atuam das
6h30 às 23h”, esclarece Del Vecchio.
O policiamento é realizado sempre em duplas com um
PM por moto em 2 turnos de segunda a sábado. Por dia,
os turnos são de 12 horas cada (das 6h30 às
18h30 e das 11hs às 23hs), e entre 11hs e 18h30 conta
com o número total de 428 viaturas e PMs.
• O policiamento com motocicletas (que já era
realizado pela 3ª Cia do 2º Batalhão de Choque),
foi implantado em todos os batalhões da Capital no
dia 19 de abril de 2005. As motos atuam nos corredores de
30 grandes Avenidas da Capital, a fim de coibir o roubo e
furto no trânsito.
A melhora dos índices de criminalidade trouxe um aumento
significativo na sensação de segurança.
“O reforço do policiamento é importante
para toda a população, principalmente a escolar,
que precisa freqüentar a avenida até às
23h”, diz Nelson Baeta, presidente da Associação
Paulista Viva. Ele reforça também o trabalho
desenvolvido pelos trailers 24 horas. “Nós, da
Associação, estamos satisfeitos com a parceria
junto à polícia”, afirmou.
“Com o aumento no número de policiais, só
tem melhorado a situação. No dia-a-dia, sinto
que o público que freqüenta o condomínio
e sai mais tarde do trabalho sente-se seguro com a presença
da polícia”, afirma Fábio Pimentel, responsável
pela administração do Condomínio Cetenco
Plaza, centro de negócios que reúne de escritórios
de advocacia a empresas multinacionais no número 1842
da avenida.
Prevenção de crimes
Para garantir a segurança de quem circula
pela avenida, policiais Militares intensifica o policiamento
no entorno das principais casas de espetáculos da Paulista.
Essa nova modalidade de policiamento atende a aérea
do Teatro Popular do Sesi, Teatro Gazeta e Club Homs.
Para a administradora do Clube Homs, Adélia Maria
de Oliveira, o aumento de policiamento na região foi
algo que sem dúvida melhorou a segurança e fez
com que a violência do local diminuísse. De acordo
com ela, os freqüentadores do Clube Homs estavam enfrentando
problemas, pois os hippies, que ficam na Paulista, incomodavam
os sócios e associados do clube, ocorrendo inclusive
agressões. “Houve atuação da polícia
e incidentes como esses nunca mais ocorreram”, conta
Adélia.
Essa opinião é ratificada por Sérgio
Luiz de Almeida, Coordenador de Serviços Administrativos
do Teatro Popular do Sesi (representa a FIESP/ CIESP/ SESI
e SENAI). Segundo ele, o aumento do policiamento na área
fez com que a sensação de segurança aumentasse.
O patrulhamento nos finais de semana e as motos fizeram com
que as ocorrências reduzissem. “A insegurança
da população diminuiu. A presença dos
policiais também inibiu a permanência de ambulantes,
que era algo indesejado”, comenta Almeida.
Orientação e ação da
polícia reduz roubo a condomínio na região
da Paulista
As policias Civil e Militar realizaram uma série
de seminários para síndicos, zeladores e demais
funcionários de prédios da região, explicando
e orientando sobre como prevenir assaltos a condomínios.
Cerca de 40 pessoas já passaram pelas palestras. Os
próximos estão agendados para Agosto e Setembro
deste ano. Desde outubro de 2003 não é registrado
nenhum assalto a condomínio na região do 78º
DP, segundo a delegada Elisabeth Sato.
As informações são
da Secretária de Segurança Pública da
cidade de São Paulo.
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