Experiências
inovadoras que ajudam a reduzir mortalidade e melhoram a
qualidade de atendimento de pacientes na rede pública
de saúde estão sendo mostradas no 20º Congresso
Nacional dos Secretários Municipais de Saúde,
Conasems, que acontece em Natal (RN).
Em Sobral, onde é secretário de Saúde
o atual presidente do Conasems, Luiz Odorico Monteiro de
Andrade, já funciona uma escola para a formação
de profissionais para o Programa Saúde da Família
(PSF). É ali que foram feitos dois treinamentos com
250 rezadeiras -ou benzedeiras- cadastradas no serviço
de saúde, além de cerca de 60 responsáveis
por terreiros de umbanda.
"O importante é não estabelecer uma competição
entre o sistema de saúde e as rezadeiras", diz
Andrade. "Elas aprendem, por exemplo, a reconhecer manchas
que podem ser de hanseníase, e encaminham o paciente
ao posto de saúde. Também fazem isso quando
recebem uma criança que acreditam não poder
tratar."
Em Maranguape, também no Ceará, várias
rezadeiras foram treinadas para fazer o acolhimento dos pacientes
nos postos de saúde do município.
Não há, no país, uma estimativa de
quantas mulheres atuam como rezadeiras. Em algumas regiões,
elas foram treinadas para serem também agentes de
saúde, mas a tentativa não deu certo.
Em algumas localidades, elas se assumem contra a medicina
e sugerem aos pacientes que deixem de tomar os medicamentos.
Luiz Felipe Guimarães, vice-presidente do Conasems,
diz que em Águas Formosas (MG), a maioria dos moradores
mostrava a receita médica para a benzedeira antes
de decidir se tomava ou não o remédio indicado
pelo médico.
Com a presença do SUS (Sistema Único de Saúde)
em todos os municípios e com o PSF, o choque entre
rezadeiras e medicina vem diminuindo.
As informações são da Folha de S. Paulo.
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