Carolina
Lopes
Está prevista para amanhã, dia 12 de abril, uma nova manifestação
dos professores da rede municipal em frente ao prédio da Secretaria
de Gestão Pública (SMG), às 14 horas. Os professores da
rede municipal de ensino já estão em greve há duas semanas.
Na semana passada o Sindicato
dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo
(Sinpeem) foram atendidos pela SMG, que fez uma contraproposta
às reivindicações sindicais e pediu aos professores que retomassem
as aulas durante as negociações. Os professores se recusam
a voltar as atividades escolares por entenderem que a proposta
da SMG não atende as reivindicações mínimas da classe. A SMG,
por sua vez, informou que essa semana não atenderá ninguém
e que as faltas dos professores já estão sendo descontadas.
A lista de exigências do sindicato é grande. Entre as principais
reclamações estão o reajuste real dos salários e a revisão
do programa “Pós-escola”. O Sinpeem afirma que a classe está
há mais de 10 anos sem reajuste salarial. A SMG informa que
na gestão do ex-prefeito tucano José Serra houve um reajuste,
de 1,17%, no segundo semestre do ano passado. O Sindicato
alega que esse reajuste não é real e, portanto, não cobre
nem a inflação acumulada no período.
O programa municipal Pós-escola também recebe críticas por
parte dos professores por uma suposta falta de organização
do programa em relação à grade curricular formal. “A idéia
de estender o período do aluno na escola, oferecendo atividades
educativas extras, é boa, mas o que está acontecendo é que
foi colocada em prática sem subsídios para atendê-la. O programa
já está em funcionamento, mas os oficineiros ainda não foram
todos contratados. Não houve tempo hábil para todas as escolas
construírem espaços para receber as atividades. Com isso está
havendo conflito de grade entre as atividades das oficinas
e as das habituais da escola, como o uso da sala de leitura
e laboratório de informática. Além disso, como não há capacidade
de atender a todos os alunos concomitantemente, muitos ficam
soltos pela escola, sem a supervisão do professor ou do oficineiro,
causando um enorme tumulto”, afirmou uma professora da rede
pública que não quis se identificar.
A proposta da SMG foi de antecipar a Gratificação por Desenvolvimento
Educacional (GDE) dos professores para julho, que é pago em
duas parcelas. A gratificação é um beneficio que os professores
recebem a parte do salário, por mérito, caso sejam bem avaliados
durante o ano. Um dos critérios de avaliação é a quantidade
de faltas computadas, o que está causando alvoroço entre os
professores, uma vez que podem perder ainda o beneficio por
estarem em período de greve. “Uma licença médica em caso de
doença já é suficiente para que o profissional não receba
o beneficio em valor reduzido”, declarou a assessoria de imprensa
do sindicato. O valor da primeira parcela é de 165 reais.
A SGP está oferecendo aos professores o pagamento de 350 reais
na primeira parcela.
A categoria reivindica o aumento real do salário inicial
dos professores de 509 reais (professores com o nível de magistério),
por 20 horas semanais, para 960 reais. “Caso a proposta seja
aceita, a categoria toda será beneficiada por conta de nossa
tabela progressiva salarial”, informou o Sinpeem. A SMG informa
que 6,2% dos professores ganham até 700 reais, 9,1% ganham
acima de 3.500 reais e que a média (50%) salarial está entre
1.051 e 2100 reais.
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