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Material
começou a nascer numa das aulas dedicadas à
produção de um jornal mural
A professora Sandra Modesto, da Escola Estadual Professor
Sérgio da Costa, no Tremembé, zona norte, já
sabe como aplicar o dinheiro do bônus da Secretaria
da Educação: vai publicar um livro escrito pelos
alunos. "Sempre procuro investir na melhoria das aulas
e da escola", disse. "Assim como os deputados têm
auxílio-terno, acho que os professores deviam ter um
auxílio-xerox para material didático. Pelo menos
eu já invisto, mesmo sem ter o adicional."
O livro começou a nascer numa das aulas dedicadas à
produção de um jornal mural proposto por Sandra
e feito pelos estudantes há dois anos. Virou uma série,
sobre um garoto de 11 anos, escrita por Matheus Mendes da
Silva, Luan Cardoso de Carvalho e Thaís Mariano de
Sousa, da 7ª série. "O Luan deu a ideia inicial
de criar uma história para sair no jornal mural, e
os outros dois abraçaram."
A agente de organização
escolar Eunice de Carvalho Petrocino, da EE Professora Helena
Lemmi, na Praça da Árvore, zona sul, vai usar
o bônus para pagar mensalidades da faculdade da filha,
de R$ 899. Eunice trabalha há 24 anos na escola e tem
salário-base de R$ 633. Como a Helena Lemmi atingiu
120% da meta definida pela secretaria, o bônus pode
chegar a R$ 1.835 (2,9 vezes o salário). "A gente
ganha tão pouco que uma ajuda extra é bem-vinda."
Investir o dinheiro do bônus
no mestrado em Psicologia Educacional foi a escolha da professora
Edna Nogueira Moroto, da EE Sólon Borges dos Reis,
no Rio Pequeno, zona oeste. "Não trabalhei pensando
no bônus, mas ele é uma motivação
para o professor, já que a educação é
tão desvalorizada."
Ana Bizzotto
O Estado de S.Paulo
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