Duas árvores
cortadas pela prefeitura em Higienópolis (região
central), em área tombada pelo patrimônio histórico,
provocaram a revolta de alguns moradores ontem. Os dois fícus,
que ficam diante do número 321 da rua Rio de Janeiro,
eram árvores aparentemente jovens e tiveram suas copas
inteiramente decepadas.
Segundo moradores, a primeira árvore foi cortada
15 dias atrás --a segunda foi poupada por haver carros
estacionados sob ela. Ontem, por volta do meio-dia, um caminhão
da Subprefeitura da Sé retornou ao local e cortou
a segunda árvore.
A artista plástica Giselda Leirner, que mora do outro
lado da rua, pendurou no tronco dois cartazes com os dizeres "Estas
jovens árvores foram decepadas por nossa prefeitura". "Se
alguém tem o direito de pedir o corte das árvores,
eu também deveria ter o direito de impedi-lo",
diz Leirner.
Embora ninguém confirme, o corte das árvores
pode ter sido solicitado por moradores do prédio em
frente, já que as copas dos fícus tiravam a
vista de suas janelas. A assessoria de imprensa da Subprefeitura
da Sé disse que, em área tombada pelo patrimônio,
as árvores são consideradas "vegetação
significativa".
Para serem tocadas, necessitam de inspeção
de engenheiro da subprefeitura, que confirmará a necessidade
da poda ou remoção. A partir daí, uma
solicitação é feita ao Depave (Departamento
de Parques e Áreas Verdes) da Secretaria do Verde
e do Meio Ambiente, que, por sua vez, publicará no
Diário Oficial do Município as razões
da ação.
Só depois de três dias, caso não haja
manifestações contrárias, as árvores
poderão ser tocadas. Segundo a assessoria de imprensa,
nesta segunda-feira será possível saber quem
pediu o corte e quais os motivos.
As informações são
da Folha de S.Paulo.
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