Não
há pré-requisitos para ingresso no setor; cresce
procura por profissionais qualificados
Durante os últimos três
anos, Miriam Destro, 50, passou metade das horas de seus dias
com uma paciente que, aos 82 anos, tem as funções
cerebrais prejudicadas pelo mal de Alzheimer.
"Fico o dia inteiro ao lado dela. No café, no
banho, na troca de roupas, tenho de ajudá-la em todas
essas tarefas", conta.
Destro faz parte de uma categoria cada vez mais popular no
mundo: a de cuidador -profissional cuja tarefa é impedir
que as limitações físicas do idoso o
afastem do convívio social.
E, no Brasil, se as estatísticas se confirmarem, haverá
um aumento significativo de trabalhadores nessa ocupação.
Até 2025, deve haver cerca de 34 milhões de
pessoas com mais de 60 anos no país.
Isso representa um crescimento de 137% em relação
ao ano 2000, de acordo com pesquisa do IBGE (Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
"O Brasil está envelhecendo, o que aumenta a procura
por profissionais especializados em cuidar dos idosos",
afirma a enfermeira Manuela Couto, uma das idealizadoras de
um curso de orientações no cuidado de pessoas
da terceira idade, realizado pelo Hiléa (centro de
vivência e desenvolvimento de idosos do Brasil) em parceria
com a USP.
Não há pré-requisitos para o ingresso
na área. Especialistas, no entanto, recomendam que
o profissional reúna conhecimentos em terapia ocupacional,
geriatria e fisiologia, já que essas informações
podem auxiliar no tratamento do paciente.
Formação
Já há, contudo, grupos formados para o estudo
de um padrão de capacitação de cuidadores,
de acordo com a professora do departamento de Assistência
Social da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica)
Ursula Karsch.
Para ela, as indefinições na formação
são as maiores barreiras para que a atividade se torne
"mais profissional".
Tomás Chiaverini
Folha de S.Paulo
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