Do
total de mortes violentas registradas no país em 2005,
83,5% vitimaram homens; mulheres estão menos expostas
Esse tipo de morte, em especial os assassinatos, historicamente
tem um peso crescente, mesmo entre o público feminino
Do total de mortes violentas registradas em 2005 no país,
83,5% vitimaram homens, o que ajuda a explicar a maior expectativa
de vida das mulheres brasileiras.
No Brasil, 12,5% das mortes ocorreram por causas externas
em 2005. Entre os jovens do sexo masculino de 20 a 29 anos,
76,3% dos óbitos foram provocados por homicídios,
suicídios e acidentes de trânsito, entre outras
causas classificadas como mortes violentas.
Historicamente cresce o peso desse tipo de morte, especialmente
os homicídios. Os óbitos por causas externas
entre homens de 20 a 29 anos correspondiam a 61,2% do total
dessa faixa etária.
Público feminino
Menos expostas à violência, as mulheres também
estão, porém, mais sujeitas às mortes
por causas externas nos últimos anos, revela o IBGE.
Em 1980, 22,2% das mulheres jovens (20 a 29 anos) morriam
vítimas de acidentes, homicídios ou outras causas
violentas no Brasil. Esse percentual subiu para quase um terço
em 2005 -32,6%.
Em 1980, os acidentes de trânsito correspondiam a 28,4%
do total das mortes violentas. Já os homicídios
representavam 19,8%.
Em 2005, a situação se inverteu, e os assassinatos
já eram 37,1% do total, contra 28,4% dos acidentes
de trânsito.
Nos homens de 20 a 29 anos, o crescimento foi maior: os homicídios
passaram de 30,7% do total em 1980 para 55,1% em 2005. Já
os acidentes saíram de 24,1% para 24,8%.
"Em 2005, morria o mesmo número de jovens por
causas externas do que [o total de jovens que] morria em 1960.
Isso é lamentável e reflete a crise de segurança
pública pela qual passamos", disse Juarez Oliveira,
técnico do IBGE.
Folha de S.Paulo
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