O
Colégio Caetano de Campos, que começou a ser
construído meses após a proclamação
da República e foi inaugurado em 1894, não por
acaso na praça de nome "República",
no centro, foi a síntese dos ideais republicanos na
área da educação.
No local era para ter sido construída uma catedral.
Mas o governador da Província de São Paulo,
Francisco Rangel Pestana, abortou os planos e canalizou os
recursos para a construção da escola, modelo
de ensino público e laico.
Primeira escola normal do Estado, o Caetano de Campos tinha
por objetivo formar professores que se encarregariam da disseminação
dos conhecimentos necessários ao "Progresso"
inscrito na nova bandeira do país. Era uma organização
que se opunha à prática anterior do ensino individual,
com preceptores educando a aristocracia, e ao ensino religioso.
Por suas edificações, projetadas pelo arquiteto
Ramos de Azevedo, passaram, na condição de alunos,
Mário de Andrade, Cecília Meireles, Sérgio
Buarque de Holanda, Guiomar Novaes, Sérgio Milliet
e Lygia Fagundes Telles, entre outros. Com a Escola Politécnica,
depois incorporada à USP, e fundada na mesma época,
foi o berço da ilustração paulistana.
Durou até os anos 70.
Em 1976, o prédio quase foi demolido, para dar lugar
a uma estação do metrô. A reação
da opinião pública conseguiu manter em pé
o edifício. A escola, porém, foi desmembrada
e transferida para a Aclimação e a Praça
Roosevelt. Ambas resolveram manter o nome histórico.
Respectivamente, somaram notas 42,83 e 39,35 no Enem-2006.
Há dois meses, o governador José Serra anunciou
a disposição de restaurar o prédio e
lhe devolver os alunos. Há antecedente.
Uma grande obra de restauro foi feita no Colégio Rodrigues
Alves (concluída em 2006). O brilho devolvido à
construção não se refletiu no Enem. Com
média 34,83, o ensino do Rodrigues Alves segue na sombra.
Folha de S.Paulo
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