Erika
Vieira
O Ministério de Ciência e Tecnologia levantou
dados que mostram que até 2012 o Brasil precisa de
pelo menos 200 mil novos desenvolvedores de softwares eletrônicos
para suprir a demanda do país. Esse número de
profissionais garante a participação do país
em apenas 2% do mercado mundial de softwares. Para ampliar
este percentual é necessário aumentar ainda
mais a quantidade de pessoas capacitadas.
Para suprir esse filão o Centro de Ensino Experimental
Cícero Dias – escola de ensino médio unidade
do
Procentro (Programa de Desenvolvimento dos Centros de
Ensino Experimental) - resolveu aproveitar a vocação
do Porto Digital, em Recife (PE), para investir na formação
de jovens desenvolvedores de jogos eletrônicos. No Projeto
Fábrica de Jogos os alunos aprendem a elaborar jogos
de computador e celular, todos educativos e com a finalidade
de serem disponibilizados como metodologia de ensino para
outras escolas.
”70% da profissão do futuro não existe
ainda. O Brasil não está preparado para isso.
A Fábrica de Jogos está trabalhando para isso”,
diz Samara Werner, diretora do Instituto Oi Futuro. O instituto
é parceiro do Governo Estadual de Pernambuco na criação
do Procentro, sendo responsável pelo ensino de tecnologia
e comunicação.
Em funcionamento desde maio deste ano, o projeto une tecnologia
com o ensino regular. A capacitação profissional
é dada de forma multidisciplinar. Disciplinas como
educação artística e geografia servem
de base para que os estudantes possam criar o cenário
dos jogos, descrevendo de maneira correta se o game se passa
em locais de planície, relevo, etc. Já a matemática
e a física são essenciais para trabalharem com
a parte de programação.
Durante três anos os jovens vão ter aulas de
roteiro de jogos, design, programação, robótica
e outras. Todos passam por um ciclo básico e depois
começam a criar os jogos. Além dos alunos matriculados,
jovens do entorno da escola também foram convidados
a participar das aulas. “Todos os formados conseguirão
inserção profissional, de acordo com uma pesquisa
feita pelo CESAR (organização compostas por
empresas em parceria com o Centro de Informática da
Universidade Federal de Pernambuco)”, fala Samara Werner.
Procentro
O Procentro da região do Porto Digital, em Recife (PE),
é uma escola de ensino médio voltada para a
formação profissionalizante na área de
tecnologia da informação. A instituição
aproveita a vocação da região para formar
jovens capacitados a trabalharem nessa área.
A escola funciona em parceria do governo estadual com o Instituto
de Co-Responsabilidade pela Educação (composto
pela iniciativa privada). A iniciativa foi criada para melhorar
da qualidade do sistema educacional do Estado e a expandir
as unidades públicas de ensino médio. “Os
alunos chegam da oitava série com notas baixas e nível
de leitura defasado”, afirma Marilene Montarroyos, gestora
do Procentro, ao explicar a importância de melhorar
o sistema de ensino local.
Além das unidades de Recife, há ao todo 20
escolas neste molde espalhadas por Pernambuco. A primeira
turma se formou no ano passado, na unidade Centro de Ensino
Experimental Ginásio Pernambucano, tendo 67% de aprovação
no vestibular. Já na unidade Bezerros, 100% dos formados
estão empregados.
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